domingo, 4 de dezembro de 2011

Donde vem o choro...?

Os colossos de Memnon



As duas enormes estátuas, que se podem ver na necrópole da antiga cidade de Tebas, representam Amen-hotep III (XVIII dinastia) sentado no trono. Mãos pousadas sobre os joelhos. Em cada lado das pernas está representada a mãe, Mutemuia, e a esposa, a rainha Tié. Há também uma outra particularidade bastante interessante: nos dois lados do trono figuram a representação do sema-taui - símbolo que aludia à união entre o Alto e o Baixo Egito, sendo possível ver o deus Hapi a realizar a união das duas plantas heráldicas: papiro e lótus.

São duas estátuas gingantescas. Veem-se ao longe e perto delas sentimo-nos “mínimos” em toda a aceção da palavra.

Estátuas imponentes!

Conta a lenda que…

Os colossos adquiriram fama desde a antiguidade pela particularidade de emitirem um som ao nascer do sol. O som assemelhava-se a um choro. Mas que choro era este? Foram os gregos que detetaram este fenómeno e deram lugar à lenda: dizia-se que este colosso era a imagem do mítico guerreiro Memnon, filho de Eos e que tinha sido morto, na guerra de Tróia num confronto com Aquiles. Tornou-se herói ganhando a imortalidade de Zeus, pois chamava pela sua mãe todas as manhãs ao nascer do sol.

Não há dúvida que esta lenda é bonita e toca na sensibilidade de todos nós.

Mas… como qualquer lenda…

Segundo Estrabão, no ano 27 a.C. houve um sismo que originou uma fenda no colosso norte. E o facto de se ouvir um “choro” era em consequência da acumulação de humidade durante a noite e que se evaporava com o nascer do sol. Nesta altura ouvia-se um som que se assemelhava a uma cítara.

Bem, assim sendo já sabemos donde vem / vinha o choro.


3 comentários:

  1. Tive a oportunidade de visitar essas grandes estátuas e fiquei impressionado com o seu tamanho e entristecido pela sua degradação evidente. Mas que ainda se mantenham de pé desde 1350 a.C. já é por si um facto notável!

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  2. Esta oportuna contribuição da escriba Hermínia permite recordar que este assunto dos chamados «Colossos de Memnon» foi aflorado pelo Professor Nuno Rodrigues numa sessão do IV curso de Egiptologia que agora está prestes a terminar na Faculdade de Letras de Lisboa.

    De resto, os nossos colossos foram também tema de uma postagem no nosso blogue há alguns meses, e eles são um dos locais visitados todos os anos pelos participantes na viagem do Instituto Oriental - e dentro de uns quatro meses lá estaremos de novo, in cha Allah!

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