segunda-feira, 14 de outubro de 2024

O Dia dos Amigos dos Museus

 




No domingo, dia 13 de outubro, foi assinalado o Dia Europeu 
dos Amigos dos Museus devidamente comemorado no Museu
do Oriente, com uma sessão promovida com o eficaz apoio da 
Federação de Amigos dos Museus de Portugal e a presença do
Doutor Alexandre Pais, presidente de Museus e Monumentos 
de Portugal, em nome da Secretaria de Estado da Cultura.

A sessão decorreu na Sala Beijing, do Museu do Oriente, que
encheu para ouvir uma conferência do Doutor Nuno Vassalo e
Silva, da Fundação Calouste Gulbenkian, que apresentou com
elucidativas imagens uma nova peça que enriqueceu o acervo
do Museu do Oriente, um aquamanil de prata, do séc. XVIII,
que permitiu úteis comparações com objetos semelhantes.

Depois, na parte da tarde, o Museu Nacional de Arqueologia,
assinalando a jubilosa data, recebeu uma delegação do Grupo
de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia, que puderam
ver o estado das obras de remodelação do vasto espaço, com
as paredes agora despidas e a cobertura do telhado à vista, de
modo que foi uma impressionante novidade para quem viu.

A profícua visita foi conduzida pelo antigo diretor do Museu, 
o prestigiado arqueólogo Luís Raposo, com a Dra Maria José 
de Albuquerque e a Dra Raquel Lázaro, que se encontram na
primeira fotografia com o presidente do Grupo de Amigos do 
Museu Nacional de Arqueologia, tendo a Dra Joana Almeida
prestado úteis esclarecimentos na nova área de conservação.


terça-feira, 8 de outubro de 2024

Relações entre Creta e o Egito

 



Durante a muito agradável e exitosa visita à ilha de Creta entre 
29 de setembro e 5 de outubro, um dos temas que mais aflorou 
nos diálogos, e por inspiração da presença nos museus e locais
históricos e arqueológicos, foi o das multifacetadas relações de
âmbito cultural e comercial entre Creta e o Egito faraónico em
especial durante o reinado de Tutmés III (c. 1479-1425 a. C.),
como se pode ver numa pintura do túmulo do vizir Rekhmiré,
aqui reproduzida na segunda imagem (reconstituição mural).

Reconhecendo a importância dessas amplas relações, o Museu
Arqueológico de Heraklion organizou uma exposição a evocar
os contactos entre as duas regiões, a qual teve lugar no Museu,
entre novembro de 1999 e setembro de 2000, como se percebe
pelo cartaz que na primeira imagem se reproduz, sendo talvez
o exemplo mais expressivo a tourada ritual, a «taurocatapsia»,
estando a terceira imagem em Creta e a última em Auaris, ou
Tell el-Dabá, situada no Delta Oriental (período dos Hicsos).

Patuscadas, além do desporto




A reiterada organização de encontros gastronómicos na Chefia
de Transportes de Moçambique, em Nampula, serviu, tal como
o desporto, para fomentar a camaradagem e cimentar amizades
entre oficiais, sargentos e praças, nunca tendo faltado o respeito
e o bom senso durante os longos dois anos e meio de comissão.

A foto de cima mostra a fase final do jantar de Natal organizado
na Chefia de Transportes depois de uma festa que incluiu poesia 
e música, a cargo dos mais dotados nessas artes, mais uma peça
de teatro representada por oficiais e furriéis, e foram estes numa
atitude invulgar que serviram os soldados na refeição natalícia.

As fotos em baixo mostram uma das muitas patuscadas levadas
a efeito por comissões de festas organizadas nessa ocasião, que
tinham como lugar privilegiado um recanto da Chefia chamado
«A Poia Farta», sita no Beco do Cu de Judas, como bem atesta
a placa toponímica que está na parede, e alegria nunca faltou.

De facto, as animadas comezainas suavizaram os momentos de
frustração naquela guerra inútil, tudo feito com comedimento e
bom gosto, com pratos bem preparados e generosamente ricos
de especiarias, não faltando o acompanhamento de cervejas em
quantidade escandalosa, às vezes havia vinho da «Metrópole».

Talvez se possa publicar um livro dentro de três anos
sobre estes eventos porque existe um copioso arquivo.

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Mais desporto durante a guerra



Estas imagens, com mais de cinquenta anos, recordam o tempo
em que na Chefia de Transportes em Nampula, durante o longo
serviço militar na «província ultramarina» de Moçambique, os
briosos combatentes recorriam ao desporto para, de uma forma
saudável, manterem a forma física e mental e ainda o convívio.

Na imagem de cima, apanhados a banhos na magnífica praia de
Fernão Veloso, numa extensa baía de Nacala, oficiais, sargentos
e praças da Chefia de Transportes posam para a foto em jeito de 
equipa de futebol, mas poderiam logo ali jogar polo aquático ou
natação sincronizada se houvesse condições propícias para tal.

As fotos em baixo lembram a atividade desportiva mais levada
a efeito durante a looonga comissão militar, o futebol de cinco
com as equipas formadas em cada uma das secções da Chefia,
cuja «equipa oficial» se pode ver no canto inferior, tendo nas
pontas os delegados desportivos Luís Ladeira e Luís Araújo.

As outras fotos mostram a equipa De Sacro Cóxis del Carrero
Pleto (com listas verticais) em fevereiro de 1974, e O Segredo
de Aristides Panfílio Cárpato em abril de 1973 (com camisolas
pretas), sucessora da anterior equipa O Leopardo Pinta, ambas
gizadas na secção de Estudos Gerais da Chefia de Transportes.

Pelos nomes das equipas (e por muito mais) se deduz
que os militares já estavam «apanhados» pelo clima.

Desporto em tempo de guerra



Para amenizar a longa monotonia dos dias durante o serviço
militar em Moçambique (foram dois anos e meio... Irra!), os
membros da Chefia de Transportes em Nampula arranjaram
uma solução expedita e airosa:  o desporto nas horas livres,
que acabou por fomentar laços de camaradagem e amizade,
incluindo o jovem prestável que levava o garrafão da água.

E como as horas livres eram muitas houve tempo para jogar
futebol e andebol (entre outros desportos), vendo-se na foto
de cima a equipa de futebol da Chefia de Transportes a qual
participou em diversas competições, e em baixo a equipa de
andebol que ficou em último lugar num campeonato local,
mas a Bíblia diz que os últimos serão os primeiros, enfim.

Creta: de Cnossos a Mália

 




Entre os mais expressivos locais arqueológicos que evocam
a arquitetura da Creta minoica contam-se as dispersas ruínas 
dos palácios de Cnossos e Mália, que muito impressionaram
os visitantes do pequeno grupo que durante sete dias fruíram
a beleza da ilha, desde os monumentos às paisagens variadas
num permanente contraste entre o mar e as altas montanhas.

domingo, 6 de outubro de 2024

A ilha de Creta de lés a lés




Durante a inesquecível viagem à ilha de Creta foram visitados
os principais locais históricos, de Cnossos a Haguia Tríada (e
como o local estava em trabalhos de restauro vimos o museu
local, muito bem organizado), passando por Mália e Gortina,
Gúrnia e Zacros, e ainda o mosteiro de Toplu, entre outros.

Uma bela viagem a Creta




Já regressámos da viagem à ilha de Creta, que proporcionou 
ao pequeno grupo de interessados viajantes o conhecimento
da antiga civilização minoica, mas também um contacto com 
os vários vestígios gregos, romanos, bizantinos e venezianos,
com as guias Anastácia e Teresa Neves (Novas Fronteiras).

A mensagem da primeira imagem saúda com «Kalimera», ou
seja, «Bom dia!», vendo-se o grupo em dois locais históricos
da ilha em Mália e em Kato Zakros, com sugestivas ruínas da
época minoica, e na última foto recorda-se a visita a Górtis, a
Gortina da época romana, que se tornaria a capital de Creta.

sábado, 28 de setembro de 2024

Teatro hilário em tempo de guerra




A festa de Natal de 1973, organizada na Chefia de Transportes
de Moçambique, em Nampula, contou com uma peça de teatro
escrita e encenada por furriéis e alferes que prestavam serviço
no local, com o título «Os Imperadores», com um guião muito
simples: um jovem estudante de História da Faculdade ia fazer
um exame escrito e o tema era sobre os imperadores romanos.

E então arranjou uma solução prática: foi ao Inferno para falar
com eles, porque com as suas vidas pecaminosas só poderiam 
lá estar, no fogo eterno e em companhia do diabo. Foi lá que o
terrestre conheceu pessoalmente Nero e a sua mãe Agripina, o
devasso Heliogábalo, o louco Calígula, o demente Domiciano
e o cruel Cómodo, mais a ninfomaníaca imperatriz Messalina.

A foto de baixo mostra da esquerda para a direita o imperador
Heliogábalo, Cómodo, Calígula, o diabo, o aluno terrestre que
se preparava para o teste, Domiciano, Agripina e o filho Nero,
destacando-se a insaciável Messalina explicando ao terrestre,
com mala de viagem, os inconvenientes da pureza e castidade
(os papéis femininos foram dados a atores de bigode espesso).

Festa de Natal na guerra

 



No Natal de 1972, estávamos há dez meses em Moçambique
na Chefia do Serviço de Transportes, sediada em Nampula,
quando se decidiu celebrar a efeméride com uma evocativa
festa natalícia que incluía uma peça de teatro com um título
sugestivo: «Os Pastores de Belém», escrita e encenada pelos
furriéis e alferes da companhia, com apoio logístico variado.

A foto de cima mostra o sublime momento em que o pastor
Aftaúfe, que era cego, anuncia o nascimento do Messias em
Belém, na segunda o pastor Nazário, que era mudo, voltaria
a falar, e na terceira dois soldados romanos (com o uniforme
colonial) visitam os pastores e convertem-se ao cristianismo
tendo antes gritado «Estou farto disto!» (da guerra colonial).

A preparação para a guerra

 



As vetustas fotografias aqui publicadas evocam o tempo
da guerra colonial, no Portugal do «Estado Novo», numa
altura em que milhares de jovens eram mobilizados para
o chamado Ultramar, mas para isso acontecer havia uma
fase de preparação despachada e expedita para a guerra.

A imagem de cima recorda um feliz jantar de despedida 
dos instruendos do Curso de Sargentos Milicianos, para
a especialidade de furriéis amanuenses, vulgo «escribas 
militares», que entre abril e junho de 1971 decorreu em
Leiria, no Regimento de Artilharia 4, junto do castelo.

Na segunda estão alguns dos militares que integraram,
a partir de setembro de 1971, a companhia de comando
e serviços do Batalhão de Artilharia 3877, com destino
a Moçambique, onde ficámos durante dois anos e meio
na Chefia de Transportes, com o emblema em baixo.

Há 50 anos: o regresso da guerra

 


Foi no Verão de 1974 que a companhia de comando e serviços
do Batalhão de Artilharia 3877 destacada na Chefia do Serviço
de Transportes de Moçambique regressou a Portugal depois de
dois anos e meio de presença naquela nossa antiga «província 
ultramarina» na cidade de Nampula onde a guerra não chegou.

Estas fotos lembram alguns dos militares em serviço na Chefia
de Transportes que partilharam durante trinta meses as alegrias 
e as agruras de uma mobilização forçada para uma inútil guerra 
colonial, estando nós em Moçambique quando ocorreu o 25 de
Abril, e quatro meses depois estávamos de volta a Portugal.

Com alguma saudade se recordam os camaradas da companhia
que prestou serviço na Chefia de Transportes de Moçambique,
vendo-se na fotografia de cima (da esquerda para a direita) os 
alferes Manuel Miranda e João Ferreira e os furriéis Chambre
Teixeira, Rui Silva e Luís Araújo, com seus vistosos bigodes.

Boa viagem para Creta!

 




Realizou-se no passado dia 25 de setembro uma proveitosa
sessão de preparação para a viagem a Creta, que terá início
no dia 29 de setembro decorrendo até 5 de outubro, e serão
sete dias com gratificante fruição de história e de cultura de
uma das mais ricas e brilhantes civilizações da Antiguidade.

Uma vez mais, a agência de viagens Novas Fronteiras, com
uma digna preocupação para informar os seus viajantes, foi
previdente, responsável e funcional na organização de mais
uma sessão preparatória por zoom para que os seus clientes
ficassem adrede com uma boa ideia do sítio que irão visitar.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Viagem à ilha de Creta




Aproxima-se a data da partida para a viagem à ilha de Creta,
mas antes terá lugar a sessão de preparação para os ansiosos
viajantes, como aliás é timbre da agência Novas Fronteiras,
com uma breve descrição dos locais que serão visitados, dos
mais remotos vestígios minoicos aos mais recentes edifícios
legados pelos venezianos, mais os ricos museus cretenses.

Sessão no dia 25 de setembro às 21 horas.

domingo, 8 de setembro de 2024

Há vinte anos, em Creta





Foi há vinte anos que a Associação Portuguesa dos Amigos dos
Castelos (APAC) organizou uma excelente viagem à Grécia, ou 
melhor, às ilhas gregas do mar Mediterrâneo, com um destaque 
para a grande ilha de Creta, onde voltaremos em breve, estando
a partida marcada para 29 de setembro, com Novas Fronteiras.

Mas na memorável viagem de 2004, da qual se selecionaram as
fotos que aqui se mostram, depois da passagem por várias ilhas
como Santorini, Mikonos e Rodes, ainda houve tempo para um
salto ao Sul da Turquia para visitar Kushadasi (onde fica a casa 
da Virgem Maria) e às impressionantes ruínas da antiga Éfeso.

Quanto aos dois blocos de fotografias em baixo, reportam-se já
à compensadora e deveras enriquecedora visita à ilha de Creta,
pátria de Minos e centro de uma das mais notáveis civilizações
da Antiguidade, tendo o grupo percorrido as históricas ruínas e
vestígios do palácio de Cnossos, cujo restauro ainda continua.

sábado, 7 de setembro de 2024

Ainda os 50 anos do 25 de Abril


Começará em breve mais um curso com uma larga abrangência
cultural no Solar Condes de Resende em Canelas, levado a cabo
pela Academia Eça de Queirós, que integra o Grupo de Amigos
do Solar Condes de Resende, com o alto patrocínio da Câmara
Municipal de Vila Nova de Gaia, podendo as sessões previstas
serem com presença no Solar ou por videoconferência (zoom).

O curso realiza-se aos sábados, entre as 15 e as 17 horas, mas
a sua frequência implica uma inscrição prévia, estando desde
já definido um calendário para as aulas, dadas por docentes e
investigadores relacionados com a temática em apreço, numa
fase de rescaldo do  25 de Abril  deste ano, assinalando os 
50 anos desse inolvidável e crucial acontecimento histórico.

O Solar Condes de Resende dará todas as informações
sobre o curso e a indispensável inscrição.

queirosiana@gmail.com

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Nossa Senhora da Praia




Há 130 anos que se mantém na Praia das Maçãs a tradição da
procissão de  Nossa Senhora da Praia, padroeira do tranquilo
e aprazível local à beira-mar, tendo um fofo areal e uma água
com temperatura amena assim-assim e boa para rejuvenescer,
que o digam os portadores dos andores que entram pelo mar.

Alguns dos moradores não dispensaram as típicas colchas nas 
varandas, de onde se pode melhor apreciar os participantes na
festiva e solene procissão, tendo como vanguarda os garbosos 
cavaleiros da GNR e com duas bandas de música: a abrir a de
Almoçageme, e mais atrás a de Colares, a fechar a procissão.

As imagens mostram vários aspetos da procissão mariana, não
faltando outros andores, vistosamente decorados, mas claro, o
andor mais engalanado era o de  Nossa Senhora da Praia,  que
foi levado aos ombros dos nadadores-salvadores, mantendo-se
este curioso costume, com um avião no céu espalhando flores.