No regresso de mais uma exitosa viagem ao Egito, concluída
no dia 18 de junho, tivemos conhecimento da funesta notícia
do falecimento do major-general Adelino Matos Coelho, um
grande, sincero e inesquecível amigo, ocorrida a 13 de junho,
quando o nosso grupo estava de visita ao Vale dos Reis, uma
referência do antigo Egito, civilização que assaz apreciava, e
que o levaria a frequentar um curso de Escrita Hieroglífica.
Recorrendo a várias imagens do arquivo pessoal, recordamos
o nosso amigo como um excelente companheiro de atividades
culturais e gastronómicas, mostrando fotos de uma receção na
embaixada do Egito em Lisboa com outros distintos militares,
e no casamento de Eduardo Ferreira e Elise Cardoso, um feliz
par de História Militar (ele doutorado e ela ainda doutoranda),
que sempre receberam caloroso apoio do nosso major-general.
Na terceira foto estão o professor João Gouveia Monteiro, da
Universidade de Coimbra, sua esposa Leonor Pontes, mais os
professores Luís Araújo e José Varandas, orientadores da tese
de doutoramento, e o major-general Adelino Matos Coelho, o
qual seguia com grande interesse as atividades levadas a cabo
pela Faculdade de Letras de Lisboa na área de História Militar
no âmbito dos vários cursos de mestrado e de doutoramento.
Era membro da Academia Portuguesa da História e de outras
instituições, sendo habilitado com o Curso de Infantaria pela
Academia Militar, Curso Geral de Comando e Estado-Maior
e Curso Superior de Comando e Direção (Instituto de Altos
Estudos Militares), e ainda os cursos de Oficial de Informa-
ção Pública do Comando Aliado da Europa (OTAN-NATO)
e Direito Internacional dos Conflitos Armados, entre outros.
Obteve um diploma de pós-graduação em Estudos Europeus
da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, com um
ativo empenho em encontros, colóquios e congressos (áreas
da História Militar com relevo para a conservação e restauro
do património), sendo investigador convidado do Grupo de
História Militar e das Relações Internacionais do Centro de
História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Era tenente no Regimento de Infantaria 5 (Caldas da Rainha)
quando a sua unidade se revoltou contra o regime da altura, e
embora a ação não tivesse sucesso foi um bom ensaio para as
operações de libertação do País em 25 de abril de 1974, data
em que se encontrava preso pela participação no 16 de março
de 1974, após o que prestaria serviço em diversas unidades e
órgãos do Exército (com uma comissão em Angola em 1975).
Foi sócio fundador do GREI (Grupo de Reflexão Estratégica
Independente) tendo os membros desse grupo homenageado
o major-general Adelino Matos Coelho com uma propositada
evocação, recordando a sua figura como vivo exemplo de um
cidadão culto e interventor, de grande honestidade intelectual
e espírito dinâmico, firmeza de propósitos e princípios éticos,
eivado de um patriotismo esclarecido, dialogante e tolerante.