Muito saudamos o aparecimento deste livro do arqueólogo
Luís Raposo, com o sugestivo título que acima se anuncia,
das Edições Colibri, e que certamente despertará interesse
e leitura emotiva a todos os que se interessam pelo mundo
multifacetado da arqueologia, do património e dos museus,
áreas que ele domina, pela teoria e a prática que granjeou.
Luís Raposo foi um dos elementos mais dinâmicos e mais
empenhados nos inícios dos anos 90 na fase de montagem
da sala que hoje expõe a coleção de antiguidades egípcias
do Museu Nacional de Arqueologia, e quando assumiu as
tarefas de diretor do Museu continuou a dar todo o apoio
à realização de conferências relacionadas com o acervo.
Acrescente-se que o autor deste livro agora editado esteve
no Egito por duas vezes, a primeira no ano 2000 quando o
Instituto Oriental da Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa organizou uma visita de estudo ao país do Nilo,
em parceria com o Grupo de Amigos do Museu Nacional
de Arqueologia, do qual Luís Raposo é um ativo membro.
A inesquecível viagem organizada na passagem do ano de
2009-2010, que visava comemorar os 140 anos da viagem
de Eça de Queirós ao Egito e Terra Santa, teve novamente
a presença de Luís Raposo, a quem também muito se deve
pelo sucesso alcançado no estudo das múmias egípcias do
Museu Nacional de Arqueologia (Lisbon Mummy Project).
Três grandes domínios compõem este percurso de vida: Arqueologia, que preenche exclusivamente as primeiras décadas; Património, que surge depois, até ao presente; e Museus, que se desenvolve como mais recente território de intervenção. A soma dos três dá lugar a algo que a todos transcende e faz a singularidade deste volume: um fresco de época, construído ao sabor das vagas que agitam a vida pública, um panorama indispensável a todos os que se interessem por cultura e ciência ou, mais amplamente, aos que almejam melhor compreender a história recente do nosso País e da sua inserção na Europa e no Mundo.
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