O belo Museu Nacional da Civilização Egípcia, inaugurado
em abril de 2021, permite que os visitantes percorram, num
bom circuito museológico, muito didático e sugestivo, mais
de cinco mil anos de história e de cultura do povo egípcio, a
começar pela fase pré-histórica e acabando em tempos mais
recentes do Egito islâmico com a aliciante área etnográfica,
sempre rodeada por grupos escolares de diferentes idades.
Mas restam alguns problemas por resolver, e deles foram já
dadas notícias à egiptóloga Joana Pinto, que agora ultima os
seus estudos de mestrado em Egiptologia na prestigiada Uni-
versidade Americana do Cairo, sob a direção da Professora
Salima Ikram, sendo os mais preocupantes os que se exibem
num dos mostruários dedicados às várias escritas usadas no
antigo Egito, e num relevo granítico com o rei Ramsés III.
No primeiro caso, que se mostra na imagem do meio, vê-se
uma grande placa de calcário inscrita, mostrando um longo
excerto do famoso texto que narra a Aventura de Sinuhe, do
Império Médio, mas a legenda que diz The Story of Sinuhe
abarca também o grande papiro (redigido em hierático) que
se encontra em baixo e que nada tem a ver com o assunto, é
uma versão com vários capítulos do «Livro dos Mortos».
Quanto à terceira imagem, tirada durante uma das visitas de
um grupo que recentemente lá esteve, o guia está apontando
para uma situação insólita, porque a legenda da peça refere
apenas «Maat», que é uma figurinha pequenina que o faraó
exibe na mão, quando afinal o mais importante, e que aflora
imediatamente à vista, é a figura de Ramsés III com o nome
bem visível, e era a isso que a legenda da peça devia aludir,
com «Ramsés III oferecendo uma imagem de Maat».
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