No velho Museu Egípcio do Cairo, espalhados pela escadaria
que conduz ao primeiro andar do edifício, onde se encontram
expostas as mais famosas peças encontradas no túmulo do rei
Tutankhamon, podem ser apreciados magníficos papiros com
textos funerários, entre os quais alguns que exibem capítulos
do «Livro dos Mortos», vendo-se aqui o sacerdote Tjanefer.
É lamentável que essas preciosidades estejam colocadas pelas
paredes sem quaisquer legendas explicativas, mas também de
facto ninguém olha para os papiros quando se está a subir os
degraus - e assim passará despercebido o sacerdote Tjanefer,
que na sala do julgamento final vai fazendo a sua «confissão
negativa» envergando um belo traje de maético linho branco.
E em agosto voltaremos a ver Tjanefer,
nome que em português é «Lindo Pintainho».
"Não cometi pecado, não cometi roubo violento, não furtei..." - acho que começavam assim os antigos egípcios declaravam nas suas confissões perante o julgamento no Tribunal de Osíris. Uma confissão negativa, ou seja negando praticar o mal de acordo com 42 males perante 42 juízes diferentes!
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