domingo, 31 de julho de 2011

O peixe oxirinco

O último número da revista Nilus, da Societat Catalana d'Egiptologia, mostra na sua capa esta sugestiva imagem do peixe oxirinco, ou peixe-gato (Mormyrus kannune), um animal sagrado porque é um relicário vivo: é que este teleósteo guarda, segundo o mito, no seu interior o divino falo de Osíris, que engoliu depois das patifarias do malvado e invejoso Set.

Entre os vários peixes que abundavam no rio Nilo muitos eram comestíveis, mas este exemplar não era consumido devido ao seu estatuto de sagrado contentor do falo perdido de Osíris, pelo que hoje ninguém sabe qual o verdadeiro sabor desta inacessível iguaria da cozinha egípcia...

Ou será que algum dos escribas do blogue o provou e pode testemunhar o seu inefável sabor?

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O estranho caso das "lâmpadas" de Dendera

Apresento aqui um verdadeiro inigma:
No templo de Hathor, em Dendera, encontramos um intrigante desenho numa das suas paredes.
À primeira vista parece um objeto semelhante a uma grande lâmpada com filamento interno, pelo que há muitos defensores da teoria de que se trata de um artefacto para fornecer iluminação.
Nem sempre o que parece é. Mas é um facto que o objecto tem muito de estranho!


Alguém tem uma ideia do que se trata?
Aqui fica o repto...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Novidades para Setembro

Depois das «férias grandes», de onde por certo regressaremos mais bronzeados e rejuvenescidos com o Heb-sed estival, temos novidades: a saída de um livro intitulado Os Grandes Faraós do Antigo Egipto (da editora Esfera dos Livros), onde se fala do rei que na imagem se vê no meio da sua família, e a abertura da exposição egípcia na Reitoria da Universidade do Porto marcada para o dia 22 de Setembro, uma quinta-feira.


E a propósito, quem é o faraó que está na imagem, e quem é a sua família que o acompanha?

terça-feira, 19 de julho de 2011

Egipto, Jordânia e Israel

Esta bela imagem de Jerusalém é um convite para a viagem que nos levará ao Egipto para ver as pirâmides de Guiza (uma das sete maravilhas do mundo antigo) e à Jordânia, para ver Petra (uma das sete maravilhas do mundo actual), e depois a Israel, com passagem por Jericó, Belém, Mar Morto e Jerusalém.

Fim de ano em Jerusalém... passando pelo Egipto



terça-feira, 12 de julho de 2011

Napoleão em Guiza


«Napoleão alinhou os seus homens de forma a que ficassem fora da linha de fogo. Depois, apontando para as pirâmides, exclamou, quando a batalha ia começar:

- Soldados, quarenta séculos vos contemplam!»



Em «A Vida de Napoleão», por H.E. Marshall, Edições Europa

sábado, 2 de julho de 2011

Pintura no Antigo Egito (parte 2/2)


Continuação…

4-Princípio da associação de pontos de vista - Uma característica muito egípcia em que se juntavam frequentemente imagens de perfil a outras em plano, de forma a ser mais óbvia a sua identificação, mesmo que o seu aspeto fosse irreal. Podemos ver, na imagem anexa, como os antigos egípcios representavam um jardim com o lago visto de cima e as árvores de perfil de forma a evitar o encobrimento do lago.

5-Princípio da coloração - As cores eram apresentadas lisas e sem “nuances”, sendo escolhida uma cor acastanhada para representar o sexo masculino e uma cor ocre, mais clara, para representar o sexo feminino. Alguns deuses tinham uma cor própria (Osíris era verde, Anubis era preto, Ptah era geralmente verde enquanto as deusas tinham habitualmente uma cor acastanhada, como Isis, Neftis e Hathor).


6-Princípio da não supressão das figuras - Os antigos egípcios tinham a obcessão pela não ocultação completa das figuras humanas, animais ou mesmo de objectos . Eram desviados uns dos outros o suficiente para se perceber inequivocamente a sua imagem. Exemplificando: na representação típica de um casal, estes eram
representados com o homem sentado à frente e a sua esposa sentada no mesmo banco mas mais atrás, significando, na realidade, que o casal estava sentado lado a lado, embora fosse representado dessa maneira. Também chamo a vossa atenção para a forma como são apresentadas as dádivas em cima da mesa de oferendas, sendo estas visualisadas em plano vertical para se poderem ver todas individualmente. Afinal a maioria destas imagens estavam em contexto funerário e o mais importante é que todo o conteúdo da mesa pudesse ser "visto" pelo defunto.

Pintura no Antigo Egito (parte 1/2)

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Nenhum outro povo utilizou o desenho e a pintura como fizeram os antigos egípcios. A pintura, no antigo Egito, tinha características muito próprias e facilmente reconhecíveis por todos na esmagadora maioria dos casos. Essas normas, que cedo se impuseram, foram depois seguidas com uma grande estabilidade ao longo de vários milénios.
Mesmo quando hoje em dia encontramos belíssimos baixos-relevos, sem qualquer adição de cor, não nos podemos esquecer que na época eram profusamente pintadas com cores intensas e que elas próprias tinham, para os antigos egípcios, significado especial.
Aqui ficam os principais princípios utilizados na representação a duas dimensões:

1-Lei da frontalidade - em que o tronco humano era representado de maneira frontal, sendo a cabeça e os membros representados de perfil, com exceção do olho que também era apre
sentado frontalmente. No caso dos animais, estes eram também representados de perfil, pois esta era a forma melhor para serem facilmente identificados.

2-Princípio da variação de dimensões - As leis da perspectiva não eram utilizadas. O tamanho das figuras humanas variava conforme a hierarquia. Assim, o faraó, os deuses ou o indivíduo dono do seu túmulo eram representados muito maiores que os outros indivíduos. A seguir eram representados progressivamente em menor dimensão os sacerdotes, depois os soldados e em último lugar o povo.
Também os filhos eram representados muito pequenos, ficando muitas vezes na parte de baixo das cadeiras e não ultrapassando os joelhos da figura principal.
Caracteristicamente qualquer indivíduo representado sentado seria a figura mais importante nessa pintura.

3-Princípio da idealização - A pintura era fortemente idealizada e conceptual. Isso podia-se ver pela forma como representavam as mãos ou os pés (como exemplo, habitualmente, víamos 2 pés esquerdos ou 2 pés direitos, pois o que importava era o conceito geral de pé com o dedo grande virado para o observador assim como o escavado do pé também visível).
Na maioria dos casos os indivíduos mais importantes eram representados com a aparência de adultos jovens, pois era assim que desejavam preservar a sua imagem.

a continuar...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O Museu Ashmolean

O Museu Ashmolean é o museu público mais antigo do Reino Unido. Fica localizado em Oxford e foi fundado em 1683.

Este Museu tem uma colecção egípcia preciosa, que ocupa 4 galerias e tem estado a transformar-se desde 2009, como podem verificar através do link (título). As galerias egípcias estão encerradas até Dezembro do corrente ano.

Neste momento decorre uma exposição dos ricos achados arqueológicos encontrados nos túmulos de Felipe II da Macedónia e de Olímpia, sua mulher, pais de Alexandre o Grande e que são mostrados pela primeira vez depois de encontrados por Manolis Andronikos em Egas, actual Vergina. A Dinastia Argéada ou dos Temênidas era supostamente de origem divina tendo como fundador Hércules (Heracles). (Temêno: suposto tetraneto de Hércules)

Inauguração da Avenida das Esfinges


De acordo com a notícia publicada no Blog do Dr. Hawass, à qual podem aceder através do link (título), está a ser preparada para Outubro do corrente ano a grandiosa abertura da Avenida das Esfinges.

Devidamente restaurada, a Avenida das Esfinges tem 2,7 Km de extensão e é assim denominada pois é ladeada de Esfinges em todo o seu percurso. Terá uma iluminação própria, adequada à importância arqueológica do sítio.

No templo de Karnak a Rainha Hatshepsut registou ter ali mandado construir 6 capelas dedicadas a Amon-Ré. Sucessivas construções e restauros terão sido realizados nos reinados de Akhenaton, Tutankhamon e Horemheb. Também ali se encontraram oficinas do tempo Greco-romano. O Rei Nectanebo I (30ª Din.) reconstruiu a Avenida de modo a poder ali realizar-se a procissão anual da Barca Sagrada de Amon, quando esta divindade visitava a sua divina mulher Mut. Lê-se numa inscrição desse tempo: "Construí para o meu pai Amon-Ré uma bela estrada ladeada de paredes decoradas com flores para a procissão do templo de Luxor".

ps. a foto é cortesia do Cmdt. Artur Pereira