sexta-feira, 22 de julho de 2011

Canal do Suez


Ou canal dos faraós?




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6 comentários:

  1. O tema postado é deveras interessante e faz logo recordar o faraó Necau (610-595 a. C.), da XXVI dinastia, que procurou dotar o Egito de uma frota nacional capaz de navegar no mar Mediterrâneo - aspeto que, salvo algumas exceções, não tinha merecido a devida atenção dos reis anteriores.

    Necau enpenhou-se ainda na abertura de um canal entre o mar Mediterrâneo e o mar Vermelho, tendo para tal fundado na região de Tjeku, perto do Uadi Tumilat, uma cidade com o nome de Per-Tjeku, que serviria de base de operações para a gigantesca tarefa.

    Mas de tão grandioso e faraónico empreendimento nada ficou, embora o rei persa Dario tenha pegado na ideia e procurado renovar o projeto que, segundo alguns, foi mesmo concluído, numa altura em que o Egito já não era independente mas sim uma província do Império Persa.

    O estratégico e rendoso canal de Suez, que é hoje uma das principais fontes de rendimento do Egito (e em especial do presidente Mubarak, que ficou com grande parte do dinheiro), mais do que o «canal dos faraós» poderia ser então o «canal de Necau».

    Embora o nosso escriba cinéfilo Paulo possa não estar de acordo, este texto foi já redigido segundo as normas do acordo ortográfico. A mim inicialmente custou-me, mas que remédio: é que dois livros meus que vão sair em setembro seguem já este critério.

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  2. Obrigado pelo esclarecimento, caro Professor! Digo não ao acordo ortográfico e quando entrar formalmente em vigor (esta entrada levanta dúvidas pois parece que o acordo, afinal, para o ser de facto terá que ser aceite por todos os estados e ainda não terá sido...), passarei a comprar livros exclusivamente em ... alfarrabistas;-)))

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  3. Caros amigos, em primeiro lugar, os meus cumprimentos por este interessante blog que apresenta excelentes referências de links e de assuntos sobre Egiptologia que muito aprecio, já que frequentei a Faculdade de Letras, fazendo inclusive a cadeira de Egiptologia, extremamente interessante e sobre a direcção do Professor Araújo. Um bem-haja para si, Professor e para o seu filho, que tive a amabilidade de conhecer na nossa viagem ao Egipto na Páscoa de 2004, se bem se recorda.

    E já agora falando de canais, nestas minhas férias, ando a analisar alguns aspectos acerca de uma matéria de Egiptologia que me interessa muito: as expedições comerciais à Terra do Ponto. E uma coisa me chamou a atenção: se iam de barco para Sul, no Mar Vermelho, como será que atravessaram o deserto do rio Nilo para o mar, dado que não se conhece nenhum canal?
    Do que já li sobre este assunto, é mais um mistério para desvendar!

    Obrigado e cumprimentos a todos!

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  4. Olha olha quem é ele, o meu amigo Fernando Azul, antigo aluno da Faculdade de Letras! Sim, lembro-me da nossa visita de estudo ao Egito na Páscoa de 2004, que foi um sucesso, como aliás todas as outras (embora nesse tempo a viagem não incluisse Abido e Dendera).

    Bem-vindo pois ao nosso blogue faraónico, onde esperamos ler mais comentários seus. A brincar a brincar o blogue já tem largos meses de vida, sempre com um ritmo normalizado e sensato, com interesse e com apreciável vantagem pedagógica, tendo-o aconselhado aos meus alunos.

    Quanto à sua questão aqui colocada... Ai, ai, não é «Terra do Ponto» como escreveu mas sim a terra de Punt - o Ponto é uma região do mar Negro, na actual Turquia, onde os antigos Egípcios nunca chegaram (trata-se do Ponto Euxino dos Gregos).

    Os Egípcios navegavam para o Punt, que se situava algures mais para sul, e ainda não se sabe ao certo onde é que exatamente ficava essa região de onde vinham produtos exóticos muito apreciados, nem se sabe ao certo qual o caminho para lá chegar.

    Mas há hipóteses que geram algum consenso: o Punt ficaria algures na costa do atual Sudão, e a rota seria pelo mar Vermelho usando barcos aparelhados num porto desse mar, indo as madeiras pelo Uadi Hammamat a partir de Copto - não havia portanto nenhum canal de ligação entre o Nilo e o mar Vermelho.

    Para mais algumas pistas de indagação conviria ver os artigos «Punt» e «Navegação» no Dicionário do Antigo Egipto, um elemento de consulta indispensável para a egiptologia no nosso país - e não resisto a anunciar que para o ano talvez se comece a pensar numa segunda edição desta obra.

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  5. Pela parte que me toca, obrigado, Fernando, pelas suas palavras e pela visita.

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  6. Boa tarde a todos!
    Antes de mais, obrigado a si, Professor pelo esclarecimento.

    Bem me parecia que Ponto não era a palavra correcta para designar essa terra que mencionei, mas como verifiquei isso numa obra de Historia Universal onde os dados nem sempre estão correctos, podemos por vezes cair em erro inadvertidamente.
    Obrigado pelo esclarecimento relativo ao transporte de madeiras e de aparelhagem dos barcos. Estive a verificar mapas e lembrei-me das rotas de caravanas que ligavam o vale do Nilo às costas do Mar Vermelho. Tinha esquecido de que essa região era importante por causa da mineração de ouro ou de bronze, já não tenho certeza.
    Infelizmente não possuo o Dicionário mencionado por si, mas penso adquiri-lo, se arranjar algo espaço nas minhas prateleiras!

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