sábado, 24 de março de 2012

Quem quiser vai de balão


Durante a visita de estudo ao Egito, para onde partimos no dia 29 de Março, está prevista uma viagem de balão sobrevoando a região de Lucsor Ocidental, para lá do alto apreciarmos o belo templo funerário de Hatchepsut em Deir el-Bahari, o Ramesseum, os Colossos de Memnon, Medinet Habu, a vila de Deir el-Medina, e os túmulos do «Vale dos Nobres».

Na memória dos ousados balonistas ficam também as imagens das grandes montanhas que escondem o Vale dos Reis e o Vale das Rainhas, os campos verdejantes, as casas com terraços, as eiras e o gado, os habitantes que lá de baixo nos vão acenando, o rio Nilo e o imenso deserto perdendo-se ao longe no fulvo horizonte iluminado pelo sol da alvorada.

Depois os viajantes aéreos, madrugadores balonautas, terão em terra uma festa de despedida, animada por um captain Mohamed, que distribuirá a cada um dos participantes um bonito diploma de balonista para depois ser orgulhosamente mostrado aos amigos - mas o problema para quem quer ver nascer o sol do alto de um balão é ter de acordar às quatro da madrugada...

 

quinta-feira, 22 de março de 2012

Sincretismo cultural

Mesmo que Cleópatra tenha sido degradada pela propaganda do 1º Imperador de Roma, Otávio César Augusto como sedutora oriental e vil, destruidora das virtudes romanas, os novos senhores estrangeiros a dominar o Egito durante meio milénio influenciaram e foram influenciados pela cultura egípcia, especialmente na área dos rituais funerários.

Esta imagem provém do Museu de Belas-Artes, em Montreal, no Canadá. Apresenta máscaras funerárias romanas de formato tridimensional originárias da colecção de múmias encontradas na zona do Fayum.

Se os corpos destas pessoas foram mumificados de acordo com a antiga tradição funerária egípcia, as faces foram representadas através de retratos pintados ou máscaras funerárias ao estilo romano, exibindo o que terão sido os seus verdadeiros traços em vida. Em muitos casos, os seus nomes estavam registados em grego antigo.

Isto mostra uma fabulosa simbiose de culturas - a clássica greco-romana com a oriental-egípcia - que persistiu durante os primeiros três séculos da dominação romana no país do Nilo até à altura em que o Cristianismo começa lentamente a superar as antigas religiões pagãs, por volta de meados do século III da nossa era.

Mais de 900 destes retratos foram descobertos na necrópole do Fayum, frequentemente bem preservados devido ao clima seco do Egito. Actualmente muitos deles estão espalhados por diversos museus um pouco por todo o Mundo.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Faltam oito dias


Estas imagens esfíngicas servem para lembrar que faltam
apenas oito dias para a partida do grupo que viajará para o Egito
em mais uma visita de estudo organizada pelo Instituto Oriental
da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Na região do Cairo estaremos junto das pirâmides de Guiza e da Esfinge,
passando depois por Sakara, e visitando as relíquias de três religiões
 na capital egípcia: a mesquita de Mohamed Ali, a igreja copta
 da Sagrada Família e a sinagoga de Ben Ezra.

No Sul visitaremos Abu Simbel, a ilha de Filae com os seus templos,
depois o templo de Kalabcha, seguindo-se o cruzeiro no Nilo
que nos levará aos templos de Kom Ombo e de Edfu, até Lucsor,
onde há muito para ver e para aprender.

Na margem ocidental teremos o Vale dos Reis, o Vale das Rainhas,
 Deir el-Medina e os túmulos particulares de funcionários e artesãos,
mais os templos funerários de Deir el-Bahari (Hatchepsut)
e de Medinet Habu (Ramsés III).

Na margem oriental esperam-nos os templos de Karnak (Ipet-sut)
 e de Lucsor (Ipet-resit), seguindo depois para norte,
através do Egito rural e profundo, até Abido
 (templo cenotáfio de Seti I) e Dendera (templo de Hathor).

Há no programa visitas a museus, a começar pelo grande Museu
 Egípcio do Cairo (em que estado se encontra ele?),o Museu de Imhotep
 em Sakara, e o belo Museu de Lucsor - e se houver tempo
daremos um salto ao novo Museu de Kom Ombo.

Quem quer vir?


quarta-feira, 14 de março de 2012

Antes da avalanche dos turistas...



























A Biblioteca Pública de New York partilhou cerca de 9 mil fotografias e ilustrações da região do Médio Oriente num período entre o século XVII e os começos do século XX. As fotos acima apresentadas representam uma pequena parte dessa colectânea. Mostram alguns dos mais emblemáticos vestígios da antiga civilização egípcia, assim como grandiosos monumentos islâmicos nos anos de 1870-75, quando visitar o Egito era o privilégio dos estudiosos das academias europeias ou de pessoas abastadas, as minorias com meios e tempo para viajar pelo conhecimento ou pelo lazer.

Tem-se uma perspectiva do país numa época de pureza, de simplicidade e de tranquilidade quando a população não conhecia as enormes afluências das massas turísticas, nem o ritmo frenético da era moderna. Era um país parado no tempo, capturado através das lentes dessa recém-inventada caixa mágica, onde apenas se via o mundo de então e o mundo de outrora...

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Egito! Sempre o Egito...

É verdade: tenho andado ausente do nosso blog. "Coisa" de não profissional! Mas não deixo de pensar nesse país e nos tumultos que se continuam a verificar. Receio pelo futuro: o passado / a história / a arte... Então deu-me para aqui:

quarta-feira, 7 de março de 2012

sábado, 3 de março de 2012

O Mapa de Turim!


No século XIX foi encontrada uma preciosidade sob as areias do Antigo Egito: o Mapa de Turim. Este papiro - fragmentado em duas partes aqui reunidas - é, na verdade, o mais antigo mapa topográfico do Mundo, concebido por volta de 1150 a.C. pelo «escriba do túmulo» Amennakhte, filho de Ipuy, durante o reinado de Ramsés IV, da XX dinastia.

A criação deste mapa topográfico teve a ver com a vontade régia de enviar expedições para explorar as minas em Wadi Hammamat à procura dos blocos de pedra bekhen usados no fabrico de estátuas do rei. Uma estela encontrada numa dessas pedreiras datada do 3º ano do reinado de Ramsés IV confere-nos as informações a essa expedição, a qual teria mais de 8 mil homens.

O Mapa de Turim apresenta um esquema com as rotas, as pedreiras, os montes e colinas circundantes e a mina de ouro junto à localidade de Bir Umm Fawakhir. Apresenta numerosas anotações sobre distâncias, destinos e localizações dos vários pontos importantes da região. Também pode ser considerado um dos primeiros, senão o primeiro mapa geológico existente, pois o seu criador teve o cuidado de assinalar mediante o uso de cores e anotações as várias formações rochosas com as devidas características pela região assinalada.

A localização desses espaços descritos nesse papiro está notavelmente correcta o que demonstra que os antigos egípcios tinham boas noções de Geografia e Geologia apesar de não disporem dos conhecimentos e instrumentos dos dias de hoje.

O Mapa de Turim foi descoberto aparentemente em Deir-el-Medina, perto de Tebas, por agentes de Bernardo Drovetti, procônsul francês no Egito, algures entre os anos de 1821-24 e actualmente encontra-se no Museu de Antiguidades Egípcias de Turim.

P.S. Podem saber mais pormenores sobre o Mapa de Turim no seguinte site:

www.eeescience.utoledo.edu/Faculty/Harrell/Egypt/Turin Papyrus/Harrell_Papyrus_Map_tex.htm

Nesse site, James A. Harrell, professor de Geologia do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade de Toledo, em Ohio, EUA, faz uma descrição e análise do mesmo. Está em inglês, infelizmente, portanto, espero que o dominem para compreender a leitura do artigo!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Instrumentos cirúrgicos na Antiguidade

Numa das paredes do templo de Kom-Ombo, a Sul de Lucsor, mandado erigir por Ptolemeu VI (cerca de 185 a.C.)  encontra-se uma representação muito curiosa  de uma mesa com instrumentos cirúrgicos e de duas deusas sentadas em cadeiras de parto.


(clicar na foto para ampliar)

A mesa mostra um arsenal cirúrgico bastante completo sendo este apresentado no habitual estilo egípcio de forma a serem vistas todas as peças constituintes, sem encobrimento de umas pelas outras,  pelo que o tampo da mesa é apresentado na vertical e não na horizontal.

Neste instrumental destaco:
foreceps; serra para os ossos; várias sondas; cateteres; pipetas; tesoura; pinças; esponjas, facas, vasos, espéculos, etc.