O grupo que visitou o Egito na Páscoa de 2012, e que durante doze dias fruiu os vestígios históricos de uma civilização milenar, pôde também apreciar e sentir um país em mudança, tendo passado pelo coração palpitante da revolução, a famosa Praça Tahrir (a Praça da Libertação).
Embora já sem as compactas multidões que ocuparam esse vasto espaço nos meses antecedentes e já sem os confrontos violentos que fizeram centenas de mortos e feridos, ainda continuam acampados na Praça Tahrir alguns manifestantes com as suas tendas, os seus cartazes e faixas.
Graças ao nosso amigo Gamal Khalifa foi possível entender o que dizem as inscrições captadas nesta foto pela viajante Maria João Freire: o texto da pequena faixa em cima avisa «Allah dá tempo, mas nunca esquece», um outro ao lado diz «Vivenda de um revolucionário da liberdade», e a maior, em baixo, parcialmente tapada, proclama «Conselho da Liderança (da Revolução), contra a conspiração com os americanos!»
Na sequência da instrutiva postagem do nosso entusiasta colega escriba Jorge, eis uma reprodução de um detalhe da Estela do Sonho de Tutmés IV à Esfinge de Guiza. O detalhe ilustra a oferenda que o rei faz à divindade agradecendo pela sua ascensão. Esta reprodução pode ser vista no Museu Egípcio Rosacruz em San José, na Califórnia.
Tutmés IV será um grande monarca, o instaurador da paz definitiva com o antigo Reino de Mitanni, com o qual o Egito sob os dois reinados anteriores, havia estado em conflito frequente. As pacíficas relações entre os dois países deram origem a uma época de paz e tranquilidade quase absolutas no Médio Oriente Antigo durante quase 75 anos, aquilo que alguns chamam o «1º equilíbrio internacional».
Sabe-se que nas relações com Mitanni, o rei Tutmés IV até chegou a reforçar a aliança por intermédio de casamento com princesas desse reino rival, um hábito repetido no tempo do sucessor.
O pacífico reinado de Tutmés IV beneficiou deste equilíbrio internacional, com o Egito a atingir a sua época de máximo esplendor, através de amplas relações com reinos vizinhos e reconhecido como uma das nações mais poderosas do Mundo Antigo por volta de 1400 a.C. O comércio florescia graças ao ouro da Núbia, permitindo ao Egito reforçar a sua supremacia sobre os rivais no âmbito da diplomacia. E obviamente, foram feitas diversas construções em honra de Amon, em Karnak, inclusive um enorme obelisco, hoje presente em Roma, em frente à Igreja de S. João de Latrão.
Tutmés IV reinou sensivelmente entre 1400 e 1390 a.C. um reinado breve mas significativo com o fim das guerras externas e o usufruto de um tempo de paz, prosperidade, riqueza e abundância.
Eu acho que se poderá dizer que a Esfinge cumpriu bem - talvez além das expetativas - o seu trato em fazer de Tutmés IV o soberano de todo o Egito! E este não foi ingrato, protegendo a enorme estátua leonina dos azares do tempo e da incúria dos homens.
Filho de Amenhotep II, Tutmés IV (XVIII Dinastia) não era o primogénito, pois, pelo menos, dois irmãos mais velhos faleceram prematuramente.
Aparentemente, para reforçar a legitimidade do novo faraó, os sacerdotes tebanos do deus Amon criaram as condições para uma eficaz manipulação política e fizeram correr uma lenda em benefício do jovem Tutmés. Segundo essa lenda era sugerido que o faraó devia o seu trono à Esfinge de Guisa que, já nessa altura, era muito antiga.
A história contava que Tutmés após uma caçada se tinha deitado à sombra da Esfinge, a qual, na altura se encontrava parcialmente coberta pela areia do deserto. Num sonho, a Esfinge disse-lhe: "Dar-te-ei a realeza sobre a Terra como cabeça dos seres vivos; tu levarás a coroa branca e a coroa vermelha sobre o trono de Geb o príncipe dos deuses. É aqui, que agora, a areia do deserto me atormenta, a areia por cima da qual eu estava em outro tempo. Ocupa-te de mim, para que possais realizar tudo que desejas. Eu sei que tu és meu filho e protetor". Tutmés mandou então retirar a areia que cobria a Esfinge e proceder à sua restauração. Mandou também erguer uma estela na qual contou o extraordinário sonho.
Essa estela foi colocada entre as patas dianteiras da Esfinge, que ainda hoje se encontra no mesmo local, o que não deixa de ser impressionante.
Este video que aqui vos apresento, vale bem todos os minutos que o passem a ver.
Eu que não minto, não engano nem ludibrio!!! Confesso-vos que o video completo demora 1h e 28 minutos, mas ninguém vos manda vê-lo duma assentada... Podem fazê-lo por partes quando tiverem oportunidade...
Escolher as dez maiores descobertas não é tarefa nada fácil, pois cada um de nós escolheria porventura algumas outras.
Na minha modesta opinião, parece-me um trabalho muito bem feito com imagens bastante interessantes pelo que recomendo a sua visualização da maneira que bem entenderem.
Como curiosidade, ainda vemos o carismático Dr. Haiwass a comandar as operações...
Índice para facilitar a vossa tarefa:
1-A barca do faraó Khufu (0-13min)
2-A pedreira do obelisco inacabado (13-20min)
3-As tumbas dos trabalhadores das pirâmides (20-28min)
4-O tesouro do faraó Tutankhamon (28-37min)
5-A cidade dos construtores de tumbas (Deir-el-medina) (37-42min)
6-A tumba de Seti I (42-50 min)
7-O templo perdido de Akhmin (50-58 min)
8-O Templo de Abu-Simbel (58-1:06)
9-O esconderijo secreto das múmias reais (1:06- 1:14)
Em complemento ao post do Fernando coloco aqui o"trailer" deste famoso filme de 1932.- "The Mummy"
Hollywood explorou à sua maneira um dos maiores medos do ser humano, o encontro com um morto-vivo.
Mesmo que seja inverosímel, levou milhões de pessoas a terem umas noites mal dormidas. LOL
Quem disse que a civilização do Antigo Egito é uma coisa do passado, que já nada tem a ver com a Idade Contemporânea engana-se redondamente: o seu legado continua a influenciar a nossa cultura ocidental de uma maneira muito mais forte e permanente do que se pode imaginar: na literatura, na filosofia, na arquitectura e, obviamente, no cinema!
Afinal a ideia cinematográfica das múmias regressarem à vida e aterrorizarem as nossas vidas não é coisa recente como se pode ver neste cartaz deste filme de 1932, A Múmia, interpretada pelo enigmático Boris Karloff, célebre pelos seus papéis em filmes de terror durante as décadas de 30 e 40 do século XX.
Afinal, pergunto-me o que será que nos atrai tanto em películas de monstros aterrorizantes do mundo do além que regressam à vida para nos atormentar? Será a mística do país do Nilo a nos chamar ou é simplesmente porque gostamos de sentir o coração aos pulos? Deixo a questão por responder aos meus caros colegas escribas e leitores deste blogue.
Como será que falavam os antigos egípcios? Pois neste pequeno clip introdutório do filme Astérix e Cleópatra de 1968 eis uma versão engraçada de como se imagina que fosse. Ainda bem que nos dias de hoje já não é assim...!
Apresento uma série de slides muito interessantes que me foi enviado há uns meses pelo nosso estimado escriba Jorge Mateus e que nunca foi publicada porque não sabíamos como...
Os slides mostram como um enorme obelisco veio em bolandas da antiga cidade de Heliopólis para Roma no reinado do imperador Calígula no ano de 37 d.C.