terça-feira, 23 de setembro de 2014

O faraó Augusto


Na quarta-feira, dia 24 de setembro, começa na Faculdade de Letras
da Universidade de Lisboa um colóquio internacional que comemora
os dois mil anos da morte do imperador Augusto, ocorrida em 14 d. C.

Uma das comunicações que será apresentada na sessão da manhã, 
na sala 5.2 da Faculdade de Letras de Lisboa, tratará o tema 
«O faraó Augusto, Hórus e filho de Ré, rei do Alto e do Baixo Egito».

De facto, depois da conquista do Egito em 30 a. C., Otávio (nome que
nunca aparece nas inscrições hieroglíficas), passou a ser venerado no
país do Nilo como um deus vivo, como Hórus reinando sobre a terra,
seguindo assim uma tradição faraónica que já tinha três mil anos. 

Na imagem acima, que reproduz um relevo do templo de Opet, em Lucsor,
vê-se Augusto venerando deuses egípcios: à esquerda perante Osíris,
e depois homenageando Amon, estando os rostos das personagens
bastante danificados por ação iconoclástica dos monges coptas.

As inscrições hieroglíficas apresentam Otávio Augusto com os títulos de
rei do Alto e do Baixo Egito e filho de Ré, com os seus nomes dentro
das tradicionais cartelas faraónicas: Autokrator (forma grega para o 
latim Imperator) e Kaisaros (forma grega de César).



1 comentário:

  1. Três mil anos após o início do faraonato egípcio, as antigas fórmulas monárquicas de representação e identificação ainda estavam em pleno uso, mesmo se ao serviço de potentados estrangeiros que dominavam o Egito. É um testemunho do enorme valor que essas formas gráficas de registo de onomástica constituíam para a população egípcia da era e também uma clara indicação de que os governantes romanos - a começar por Augusto - foram astutos no seu uso. Afinal, o Egito era «a cesta de pão» da cidade de Roma, sendo vital a sua conservação no Império Romano. E Augusto não era tolo algum...

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