Em 1985, a Organização das Antiguidades Egípcias e o Instituto de Conservação Getty começaram a discutir um projeto colossal: a restauração pictórica da tumba da famosa rainha Nefertari, esposa de Ramsés II. O túmulo, conhecido por QV66, aberto desde 1904, continha apenas 1/5 das suas pinturas intatas nos inícios da década de 1980, mercê de vários factores como a pobre qualidade da superfície das paredes, o descuido das autoridades na sua preservação e o vandalismo de turistas incautos.
Iniciou-se então o Projeto Nefertari: um ambicioso esforço de estudo e recuperação dos mais ínfimos detalhes pictóricos do túmulo QV66. Foi feita uma análise detalhada de todas as pinturas e das condições ambientais dentro do túmulo, ao que se seguiu o tratamento e restauro de todas as partes degradadas graças a uma equipa de especialistas egípcios e europeus. Não se deve subestimar as condições difíceis de luz, respiração e espaço em que muitos deles trabalharam ao longo de quase seis anos.
Em 1992, o trabalho alcançado permitiu salvar um dos mais belos monumentos do Egito faraónico. Hoje técnicas mais sofisticadas de preservação aprendidas durante este projeto ajudam a conservá-lo para que futuras gerações tenham a oportunidade de admirá-lo. Graças a este esforço conjunto dos arqueólogos da OAE e do Instituto Getty, o túmulo de Nefertari foi ressuscitado para a eternidade.
Quem desejar conhecer todos os aspetos relativos ao Projeto Nefertari, podem consultar o seguinte site:
http://www.getty.edu/conservation/publications_resources/newsletters/7_3/nefertari.html
Para completar as informações sobre o restauro das belas pinturas murais do túmulo da rainha Nefertari, aqui trazidas pelo diligente escriba Fernando Azul, acrescenta-se que os trabalhos, iniciados em 1988, estiveram a cargo de uma equipa de especialistas italianos liderada por Eduardo Porta.
ResponderEliminarA revista Artis, do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, publicou no seu n.º 3, em 2004, um artigo sobre os trabalhos realizados no túmulo da célebre esposa real de Ramsés II, com o título de «Há 25 anos na Fundação Calouste Gulbenkian: Reconstituição do túmulo da Rainha Nefertari» (pp. 327-334).