segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Boa sorte para 2016


Quase a entrar num novo ano, desejo a todos os escribas e leitores
deste nosso blogue um excelente ano de 2016, pleno de saúde e de paz,
daí a inclusão desta imagem do olho sagrado e profilático de Hórus,
o olho udjat, um benfazejo e auspicioso símbolo de boa sorte.

Um excelente ano de 2016!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Pobre Tutankhamon


Alguns estudantes da cadeira opcional de Introdução à Egiptologia,
que foi lecionada no 1.º semestre oferecida pelo Departamento de História
da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mostraram ao docente
o panfleto que em cima se reproduz sobre um curso de âmbito gnóstico.

O curso, que pretendia dar a conhecer a ciência e a cultura gnóstica,
procurou chamar a atenção dos possíveis interessados com uma imagem
do disco solar atoniano, que de resto é habitual neste tipo de publicidade,
mas também com a célebre máscara funerária dourada de Tutankhamon.

O docente interpelado poderia ter-se limitado a um inócuo e pusilânime
«Eu nem comento», mas conviria dizer mais que este esconso e insípido
«comentário», e por isso aqui se reitera a opinião, já antes sublinhada, 
que as pessoas são livres de organizarem os cursos que entenderem
(desde que tenham alunos), mas não se pode abusar das imagens.

Neste caso é manifestamente despropositada a inclusão do rosto
do jovem rei Tutankhamon para alvarmente captar o interesse de alunos
 para um curso que, a julgar pelos temas propostos, não tem a ver com
o Egito faraónico. Aliás, se Tutankhamon visse o seu semblante divino
no cartaz perguntaria: «Mas o que é que eu tenho a ver com isto?!!!» 

Boletim n.º 31 da ACAPE


Antes de este ano acabar saiu o boletim n.º 31 da ACAPE, o qual vai ser
enviado aos membros da Associação Cultural de Amizade Portugal-Egipto
que poderão desfrutar do seu singelo conteúdo antes do final do ano.

Mais uma vez o Boletim deve a sua atempada saída à eficaz dedicação 
do gráfico Paulo Emiliano e sobretudo ao egiptólogo Telo Ferreira Canhão,
vice-presidente da ACAPE e autor de dois artigos neste número.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Animais sagrados





No final de mais um ano aqui evocamos alguns animais que no Egito
eram considerados sagrados - hoje já não serão, no entanto continuam
a ser bem tratados pelos seus donos, tal como sucedia no país do Nilo,
onde a fauna sagrada era respeitada como símbolo divino (um tema
desenvolvido na tese de mestrado de Cecília Plá Ogando recentemente
apresentada com sucesso na Faculdade de Letras de Lisboa).

Em cima vemos o egiptófilo José Cardim Ribeiro, do Museu de Odrinhas,
com o seu simpático cão Fluc, fazendo lembrar o canídeo de Anúbis 
(embora alguns estudos recentes sugiram que ele pudesse ser um lobo),
vendo-se depois o mesmo Fluc com o egiptólogo Luís Araújo.

Na terceira imagem está o egiptómano Artur Pereira com os seus gatos
na sua agradável quinta em Janas, mimando-os como se eles fossem 
os gatos da benevolente e afável deusa Bastet, e em baixo desfilam
os gansos do deus Geb e do egiptólogo Telo Ferreira Canhão, 
que na sua quinta em Vagos cria uma enorme e variada fauna.

Mais uma obra egípcia


Neste final de ano a egiptologia portuguesa tem tido bons motivos
para rejubilar porque uma nova obra apareceu no mercado, aumentando
as prendas natalícias e juntando-se a outro livro dedicado ao antigo Egito
anunciado em anterior postagem, e ao prémio obtido por Telo Canhão.

José das Candeias Sales publicou recentemente o volume cuja capa
se mostra na imagem acima, reunindo textos já anteriormente publicados
e outros inéditos elaborados para a presente edição da Chiado Editora,
a qual se divide em duas partes: a primeira dedicada à legitimação
política (analisando o discurso e as suas práticas), e a segunda 
com os encontros e desencontros culturais em território egípcio.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Uma capa egípcia


Eis a capa do livro dedicado ao Egito faraónico, uma civilização
com três mil anos, que terá a sua sessão de lançamento no dia 17
de dezembro, no Anfiteatro IV da Faculdade de Letras de Lisboa,
com apresentação do Professor Doutor Telo Ferreira Canhão.

A autora desta bela capa, decorada com hieróglifos cursivos
de um papiro do Império Novo, foi a designer Elisabete Gomes,
da Silvadesigners, elaborando uma sugestiva e muito apelativa 
imagem visual que certamente chamará a atenção dos leitores.

Com o decisivo apoio de El Corte Inglés, a Editora Arranha-céus
promoveu o trabalho gráfico, que foi algo moroso dado o volume 
de páginas da obra e a preparação de um caderno central a cores
que mostra imagens passadas durante o curso sobre o antigo Egito
que decorreu na área de Âmbito Cultural de El Corte Inglés.

O túmulo de Petosíris



Com uma sessão dedicada à decoração do pronaos do túmulo de Petosíris
em Tuna el-Guebel, datado do século IV a. C.,  termina mais um curso livre
 de Egiptologia organizado pelo Centro de História da Faculdade de Letras
da Universidade de Lisboa, o oitavo desde o início do projeto em 2008.

A última sessão deste VIII curso livre de Egiptologia estará a cargo
do Professor Doutor José das Candeias Sales, decorrendo no Anfiteatro II
da Faculdade de Letras de Lisboa, às 18 horas, evocando o importante
monumento que é o túmulo de Petosíris, sumo sacerdote do deus Tot,
e sublinhando os aspetos fundamentais da sua decoração interna.

No Museu Calouste Gulbenkian



Agora com o 1.º semestre quase a terminar (oh, não, vêm aí os testes!...),
aqui se recorda a recente visita de estudo à magnífica coleção egípcia 
exposta no Museu Calouste Gulbenkian, que é uma atividade habitual
nas cadeiras de âmbito pré-clássico dos cursos de Arqueologia, História
 e História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

A imagem mostra cerca de metade dos alunos de uma turma do 1.º ano, 
formando um dos grupos organizado para estar na pequena sala do Museu
onde se apreciaram as quarenta peças egípcias de grande qualidade que lá
se encontram, desde o Império Antigo à Época Greco-romana.

A galeria de arte egípcia é logo a primeira sala de um longo e excelente
circuito pelos vastos espaços do Museu, que vão desde o antigo Egito
à arte contemporânea e aos sedutores objetos da coleção Lalique,
testemunhando o eclético gosto de Calouste Gulbenkian, como ficou
registado nas letras de bronze que estão numa das paredes do átrio.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Egiptologia portuguesa de parabéns



A egiptologia portuguesa está de parabéns porque o egiptólogo Telo Canhão,
investigador do Centro de História da Faculdade de Letras de Lisboa,
obteve o 2.º prémio de Tradução Científica e Técnica em Língua Portuguesa
de 2014, promovido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Este prémio anual da FCT visa promover a língua portuguesa como suporte
de comunicação científica e técnica e distingue trabalhos de alta qualidade, 
tendo sido contemplado o Doutor Telo Canhão com um honroso 2.º lugar,
ao qual corresponde um valor pecuniário de 2.500,00 euros.

A entrega dos prémios terá lugar no dia 18 de dezembro, sexta-feira,
pelas 16 horas, no Anfiteatro III da Faculdade de Letras de Lisboa,
numa sessão pública presidida pelo Professor Doutor António Feijó, 
vice-reitor da Universidade de Lisboa.

Parabéns a Telo Canhão, que na imagem em cima vemos em trabalho
no decurso de escavações em que participou no Egito, no ano 2000,
mostrando-se também a capa do volume, com mais de mil páginas,
onde constam os textos egípcios hieroglíficos que ele traduziu,
vertendo-os da velha língua de Sinuhe para a língua de Camões.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Boas Festas!


Votos sinceros de Boas Festas e um excelente ano de 2016
para os escribas e leitores deste blogue faraónico
que já ultrapassou os 150 000 visitantes.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Hatnefer, mãe de Senemut


  Estas fotografias mostram alguns dos pertences funerários de Hatnefer, mãe do arquiteto, escriba, conselheiro e funcionário favorito da rainha-faraó Hatchepsut. Entre cadeiras, amuletos e outras posses, Hatnefer destaca-se pela sua belíssima máscara fúnebre, cuidadosamente preservada.
  
   De Hatnefer, conhece-se pouco, exceto o que se descobriu do seu túmulo conjunto com o marido, Ramés, junto à capela de Senemut, seu filho, na necrópole tebana, perto do templo de Deir-el-Bahari, construído pela rainha-faraó. De Ramés, aparentemente ela teve três outros rapazes (Minhotep, Amenhemat e Pairy) e  e duas raparigas (Ahotep e Neferthor), mas os destinos destes são largamente desconhecidos.

   A família de Senemut parece ser oriunda de Iuny (atual cidade de Armant), 16 quilómetros a sul da capital de Tebas-Uaset. Especula-se, através dos achados, que Ramés e Hatnefer fossem um casal de posses modestas, mas alfabetizados, pelo que se pensa que tinham plena consciência em fornecer aos seus filhos - especialmente Senemut - uma educação letrada. 

   Quando Hatnefer morreu, viúva e com uma certa idade, pelo 7º ano de reinado de Hatchepsut. o já bem sucedido Senemut pôde organizar um túmulo mais elaborado para ambos os pais, o que possivelmente atesta a modesta condição material da família anterior ao êxito profissional do seu mais célebre membro.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Novo livro sobre o Egito


O lápis-lazúli no Egito


Realizou-se no passado sábado, dia 5 de dezembro, uma sessão
no Museu Nacional de Arqueologia sobre o lápis-lazúli no antigo Egito,
organizada pelo Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia, 
com o apoio da Associação Cultural de Amizade Portugal-Egipto.

O interessante tema foi apresentado pelo egiptólogo Thomas Greiner,
da Universidade de Toronto, no Canadá, o qual sublinhou bem o apreço
que os antigos Egípcios tinham por este mineral de bela coloração azulada
muito usado na joalharia devido ao seu significado mágico e decorativo.