Alguns estudantes da cadeira opcional de Introdução à Egiptologia,
que foi lecionada no 1.º semestre oferecida pelo Departamento de História
da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mostraram ao docente
o panfleto que em cima se reproduz sobre um curso de âmbito gnóstico.
O curso, que pretendia dar a conhecer a ciência e a cultura gnóstica,
procurou chamar a atenção dos possíveis interessados com uma imagem
do disco solar atoniano, que de resto é habitual neste tipo de publicidade,
mas também com a célebre máscara funerária dourada de Tutankhamon.
O docente interpelado poderia ter-se limitado a um inócuo e pusilânime
«Eu nem comento», mas conviria dizer mais que este esconso e insípido
«comentário», e por isso aqui se reitera a opinião, já antes sublinhada,
que as pessoas são livres de organizarem os cursos que entenderem
(desde que tenham alunos), mas não se pode abusar das imagens.
Neste caso é manifestamente despropositada a inclusão do rosto
do jovem rei Tutankhamon para alvarmente captar o interesse de alunos
para um curso que, a julgar pelos temas propostos, não tem a ver com
o Egito faraónico. Aliás, se Tutankhamon visse o seu semblante divino
no cartaz perguntaria: «Mas o que é que eu tenho a ver com isto?!!!»
Pobre Tutankhamon! O que pensaria ele disto?
ResponderEliminarCom a proverbial tolerância e bonomia do Egito faraónico certamente que o jovem rei Tutankhamon não moveria qualquer perseguição aos fautores do insólito episódio, limitando-se a concluir que se tratava de uma inquietante manifestação do caos.
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