Decorre no Parque das Nações, no Pavilhão de Portugal (pertencente
à Universidade de Lisboa), uma exposição sobre o rei Tutankhamon
que procura recriar o túmulo do famoso faraó mostrando «réplicas»
de algumas peças encontradas nesse túmulo, descoberto em 1922.
Acontece, porém, que a maior parte das legendas que acompanham
as «réplicas» mostram erros espantosos e com dislates grosseiros,
e, em certos casos, até insultuosos para os
visitantes que pagaram
o bilhete de entrada - demasiado caro para a dececionante mostra,
a qual certamente não foi dirigida e revista por nenhum egiptólogo.
De resto, algumas daquelas «réplicas» horríveis (que se podem aliás
comprar em diversas lojas do Cairo) nem deviam lá estar expostas
porque desvirtuam o brilhantismo da arte funerária
do antigo Egito,
conspurcando a cultura, a ciência, a arqueologia e a história da arte
de tal forma que até os alunos do ensino básico darão pelos erros.
Ainda por cima, a organização da arrepiante exposição, promovida
por Between Planets, «Org. de Eventos Unipessoal Lda», com apoio
da Altice, apresenta-nos tudo aquilo como sendo «uma experiência
fascinante e pedagógica», quiçá oferecida a alunos do ensino básico
que, eventualmente, lá queiram ir com os respetivos docentes.
O que, em suma, se poderá retirar dessa penosa experiência que foi
a visita à exposição sobre o túmulo de Tutankhamon é a deplorável
imagem de uma organização de eventos a quem sobretudo interessa
o lucro com as entradas dos visitantes - quanto ao resto, a cultura,
a ciência, o rigor, o respeito pela história e pela arqueologia...
ah, isso não interessa absolutamente para nada!
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