quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Versão portuguesa do «Livro dos Mortos»


Está em preparação a publicação de uma versão em português sobre
 o famoso conjunto de duzentas fórmulas conhecidas pela designação
 de «Livro dos Mortos», o qual nem era um livro nem era para mortos, 
sendo o título a adaptação atual do título egípcio Rau nu peret em heru,
 isto é, «Capítulos de sair para o dia», ou «Fórmulas para sair à luz do
 dia», com texto e ilustrações (sobretudo em papiros), vendo-se acima
 um exemplo com um fragmento da versão feita para a dama Anhai.

A ideia de publicar uma versão do «Livro dos Mortos» em português
 vem de finais dos anos 90, tendo começado a ganhar forma neste século, 
sustentada numa intenção de colmatar a anómala e prejudicial situação 
criada pela edição de uma versão em português da Assírio & Alvim, em 
1991 - deveras prejudicial para a reputação da sua autora, mas também 
para os leitores que adquiriram esse volume e, sobretudo, para os alunos
 que tiveram de o consultar para os seus estudos e elaboração de trabalhos.

Os crassos erros dessa versão serão apreciados e comentados ao longo
 do novo livro, o mesmo sucedendo com o texto desastrado e jagúncico
 de outra dececionante e ínvia versão em português, publicada no Brasil 
pela editora Hemus (sem a data indicada), a partir de uma tradução feita 
por Edith de Carvalho Negraes, a qual contrasta com a razoável e digna
 versão brasileira feita a partir do original inglês de Sir Wallis Budge com
tradução de Octavio Mendes Cajado, da Editora Pensamento (São Paulo).

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Professor Joaquim Veríssimo Serrão



Faleceu o Professor Joaquim Veríssimo Serrão, com 95 anos de idade,
tendo o signatário recebido a triste notícia por três fontes diferentes:
o Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa, a Academia Portuguesa da História (onde está um quadro
do ilustre académico, parcialmente reproduzido na primeira imagem)
e o Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo
Serrão, em Santarém (cidade onde ele nasceu e morreu), estando
o seu nome ligado às instituições mencionadas (e a muitas outras).

A segunda imagem evoca uma cerimónia na Universidade Lusíada,
há 35 anos, quando o signatário, presente na foto, então um jovem
assistente, era lá secretário do Departamento de História, na altura
 dirigido pelo Professor Veríssimo Serrão, com quem foi uma honra
inesquecível trabalhar e, sobretudo, aprender, jamais esquecendo 
a forma afável e carinhosa como tratava o seu secretário-assistente
por «o nosso Champollion»  -  antes da entrada para a Faculdade
de Letras de Lisboa, onde nos voltaríamos a encontrar em 1987.

O velho Oeste no Alentejo



O aprazível Clube de Campo de Vila Galé, em pleno Baixo Alentejo,
tem uma área que recria uma aldeia dos índios típica do velho Oeste
americano, para gáudio de muitos miúdos que, num ápice, se poderão 
disfarçar de comanches, moicanos, corvos, sioux, cheyennes, aricaras, 
iroqueses, arapahos, pés-negros, navajos, apaches, o que quiserem...

Mas a ambiência do velho Oeste também permite imaginar o clima
agressivo da pancadaria no saloon, o xerife implacável, o cowboy
invencível, os búfalos na pradaria, o ataque à diligência, a derrota 
de Custer e do seu 7.º regimento de cavalaria em Little Big Horn,
a corrida ao ouro, o roubo de gado, e enfim, os assaltos a bancos...

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Máscaras do Aquém e do Além


O uso das úteis máscaras de proteção proporciona situações atribuladas
 e inusitadas, tanto neste mundo do Aquém como no outro mundo, o Além,
o que nos leva ao antigo Egito e às representações dos reis e dos deuses,
que certamente concordariam com o uso da máscara, desde as máscaras
funerárias às máscaras covídicas, recomendadas vivamente pela DGS.

A primeira imagem, amplamente divulgada nas redes sociais e nos meios
de comunicação, mostra um confinado e afoito cidadão que claramente
não leu as instruções para o uso correto das máscaras, cuja colocação
adequada no rosto é aqui bem demonstrada pela insigne rainha-faraó
Hatchepsut, numa estátua do Metropolitan Museum de Nova Iorque.

A imagem da direita mostra como o deus Min sabe usar corretamente
a máscara de proteção no rosto, mas procurou imitar o descontraído
humano que em Londres se exibiu desnudado, usando uma máscara
sobre os órgãos genitais - o problema é que as altas alfaces espigadas
representadas atrás do deus itifálico, das quais ele se alimenta, mantêm
em permanente ereção o divino falo de Min, não havendo máscara capaz
de o cobrir... a que lá está, certamente de origem chinesa, rasgou-se logo.