Nem todas as imagens escolhidas para figurarem no livro sobre os grandes faraós do antigo Egito, lançado no dia 3 de Outubro na Faculdade de Letras de Lisboa, puderam ser publicadas devido à manifesta falta de espaço no volume.
Ainda assim, esta imagem de um grande faraó ajoelhado perante uma divindade importante, que não chegou a entrar na obra editada pela Esfera dos Livros, pode ser reconhecido. Quem será? Que divindades lá se encontram? O que estão a fazer?... Eis aqui um aliciante desafio para os escribas e para os habituais leitores deste blogue faraónico.
Posso estar bastante destreinado, mas vamos lá a ver se ainda me lembro de algo: a cerimónia parece ter algo a ver com o festival do Heb-Sed, a festa do rejuvenescimento real. O faraó está ajoelhado perante Amón, se não estou enganado, que lhe confere objectos referentes ao jubileu. Atrás do monarca ajoelhado parece-me que é a deusa com cabeça de leoa, Sekhmet, que atribui igualmente outros objectos do jubileu.
ResponderEliminarQuanto ao faraó ajoelhado, é-me difícil identificá-lo, mas pode ser que seja Ramsés II ou Ramsés III, devido ao nome que li numa das cartelas reais acima. Além disso o Heb-Sed era realizado pela primeira vez quando o monarca atingia 30 anos de reinado.
Talvez esteja certo relativamente a algumas coisas, outras não sei...Muito já me esqueci.
Felicito o escriba Fernando por ter descortinado o essencial da imagem apresentada - de facto trata-se da evocação da cerimónia profilática do Heb-sed, mas aqui transportada para o domínio mágico do Além.
ResponderEliminarA cena mostra o famoso Ramsés II (cujos dois últimos nomes encartelados figuram em cima dele) ajoelhado perante o deus Amon, que chega ao faraó uma folha de palmeira de onde pendem os símbolos do Heb-seb.
Atrás de Amon está a deusa Neit exibindo a coroa vermelha do Baixo Egito, reconhecível sobretudo pelo seu nome hieroglífico na inscrição, e atrás de Ramsés II está a deusa Mut, identificada também pela inscrição.
À primeira vista esta deusa com cabeça de leoa poderia ser a deusa Sekhmet, mas graças ao texto que se encontra gravado junto dela percebemos que é a deusa Mut, aqui apresentada como «grande senhora de magia».
Para quem está um tanto destreinado, obrigado pela felicitação. O que me admira é a mania dos antigos egípcios fazerem tantas associações de atributos entre divindades, tornando-as por vezes irreconheçíveis para mentes leigas. A menos que se tenha um conhecimento mais aprofundado da escrita hieroglífica (não é o meu caso!) podemos facilmente cair em erro.
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