Aqui deixo uma imagem que exemplifica a utilização ritual do "setep" na "cerimónia da abertura da boca". Desta vez no lugar do sacerdote aparece a divindade antropomórfica Hórus a realizar o ritual mágico.
Tenho a certeza que a maior parte de vocês já tinham visto algo de semelhante pois exemplos destes são mesmo muito frequentes.
Curiosamente, muitas vezes se fazia um idêntico procedimento às estátuas funerárias que representavam o falecido.
Podemos dizer que se encontram em todos os túmulos com a decoração preservada, sendo mesmo uma das principais imagens.
Interessante... :)
ResponderEliminarOra aí está uma coisa que eu não sabia... :)
Ana C.
Há algum simbolismo inerente ao facto de o "setep" se assemelhar ao enxó do carpinteiro ou trata-se apenas de uma coincidência na forma?
ResponderEliminarEssa questão colocada pelo Mário é interessante! Talvez seja mais do que uma coincidência...
ResponderEliminarO Mário colocou uma pergunta pertinente.
ResponderEliminarNão sei porque é que desde muito cedo na civilização egípcia se usou o "setep", instrumento utilizado pelos carpinteiros, com esta função mágico-litúrgica.
Outro instrumento também usado na cerimónia da abertura da boca era o "Pesechkef, um objeto cortante em forma de cauda de peixe, também algumas vezes visível nas representações pictóricas.
Eu pensei em duas hipóteses quanto a isso:
ResponderEliminar1 - Talvez no início da prática deste ritual a tarefa de «abrir a boca» do defunto fosse da resposabilidade do carpinteiro que fabricou o sacófago e, por isso, usasse o objecto com que trabalhava, pois este teria assim uma espécie de função sagrada e o próprio carpinteiro seria mais do que um simples artífice. Depois, com a formalização do rito, essa tarefa passou a ser totalmente simbólica, mantendo uma reminiscência das suas origens mais «práticas» através do "setep".
2 - Talvez a função espiritual do "setep" fosse análoga à do enxó, pois este serve para «abrir» a madeira tal como aquele serve para «abrir» os sentidos do corpo.
Uma hipótese não descarta necessariamente a outra. Acrescento que isto foi só uma ideia feita «em cima do joelho» :P
Não sei se há conhecimento da verdadeira razão para a utilização do "setep", mas o raciocínio do Mário parece-me muito plausível...
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