quarta-feira, 4 de maio de 2016

O túmulo do governador Pennut




Depois da visita aos templos de Amada e Derr, no 11.º dia de viagem,
caminhando pelo deserto sob um sol escaldante mas rejuvenescedor,
fomos até ao túmulo de Pennut, escavado num rochedo com uma forma
vagamente piramidal, cujo interior está bem conservado, e que estava
no século passado a quarenta quilómetros mais para sul, em Aniba.

A transferência do túmulo de Pennut fez-se graças ao apoio financeiro 
dos Estados Unidos, o que implicou cortar a colina em fragmentos,
num trabalho semelhante ao que se efetuou, em muito maior escala,
nos templos ramséssidas de Abu Simbel (onde fomos no 10.º dia),
estando agora a uma altura superior e a salvo das águas do lago.

Pennut foi governador da Baixa Núbia (Uauat) durante o reinado 
de Ramsés VI, da XX dinastia (século XII a. C.), num tempo difícil
para o Egito, que ia perdendo os seus territórios na Ásia Menor
e também na Alta Núbia (Kuch), e que atravessava momentos 
conturbados na própria corte, tendo Ramsés VI subido ao trono
depois de o usurpar a seu sobrinho Ramsés V (c. 1140 a. C.).

Enquanto isto se passava no Egito, lá longe, na Núbia, Pennut
cumpria a sua missão governando a região onde acabou por ficar
sepultado num túmulo onde ele surge com a sua esposa e filhos,
levando flores e venerando os deuses, enquanto na parede leste
se lê um texto onde o governador afirma que a região de Uauat
estava bem controlada e que pertencia ao faraó Ramsés VI. 

2 comentários:

  1. Pennut se calhar teve mais sorte que os faraós da XX dinastia, muitos dos quais não tiveram reinados longos possivelmente porque não dormiram em paz no próprio leito...

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