Agora que já desapareceu, irremediavelmente, o acervo egípcio
do Museu Nacional do Rio de Janeiro, resta evocar as suas peças
mais significativas, entre as quais de destacavam os sarcófagos
(quinze mais alguns fragmentos), estelas e baixos-relevos (mais
de cinquenta), estatuetas votivas (cerca de oitenta), estatuetas
funerárias, chamadas chauabtis e uchebtis (mais de duzentas),
múmias humanas e de animais (cerca de trinta), escaravelhos
e amuletos (mais de cinquenta), a que se juntam cinco papiros
e mais de uma centena de objetos diversos.
A evocação da maior coleção egípcia do Brasil, e mesmo
da América do Sul, iniciada pelo imperador D. Pedro I (1827),
continuará a ser feita na cadeira de Introdução à Egiptologia,
que existe na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
há mais de trinta anos, na convicção de que a partir de agora
o catálogo do desaparecido acervo irá merecer mais atenção,
podendo ser consultado na excelente Biblioteca da Faculdade.
E agora procuram-se culpados - e a culpa frequentemente morre solteira nestes assuntos!
ResponderEliminarTanta peça de uma coleção enorme, começada no período joanino, muitas delas raras e únicas, esvaíram-se em fumo e cinza. Só para ver como é tão fácil destruir e tão difícil construir.
Esperemos que o governo brasileiro preste mais atenção aos riscos de desastres ao seu património depois desta duríssima prova! Irremediavelmente o que existiu já não volta. Que o que venha a seguir não se perca do mesmo modo, nem tão cedo!