O imperador do Brasil D. Pedro II foi um apaixonado egiptófilo,
tendo visitado o país do Nilo por duas vezes, deixando o relato
das suas experiências de viajante no Egito, antecedendo assim
diversos egiptólogos brasileiros que dedicaram a sua atenção
e os seus estudos às peças da coleção egípcia do desaparecido
Museu Nacional do Rio de Janeiro, que foi instalado desde 1892
no antigo palácio imperial, conhecido por Paço de São Cristóvão.
Entre os estudiosos que se empenharam no estudo e na divulgação
do mais importante acervo egípcio do Brasil estão os egiptólogos
Alberto Childe, António Brancaglion Jr., Ciro Flamarion Cardoso,
Márcia Jamille e Margaret Bakos, tendo esta última investigadora
estudado também o diário que o imperador redigiu a propósito
da sua segunda viagem ao Egito (1876), o qual esteve perdido.
De facto, só por um mero acaso se descobriu o relato contendo
as notas e impressões de viagem de D. Pedro II, falecido no exílio
em Paris, em 1891, com 66 anos. O diário, que inseria desenhos
de monumentos feitos pelo imperador, foi descoberto em 1890,
quando o comprador de uma mesa que pertencera a D. Pedro II
encontrou, no fundo de uma gaveta, o manuscrito da viagem,
redigido em francês e com algumas páginas rasgadas.
Esse grande apaixonado pela Egiptologia terá dito: "Nasci para me dedicar à cultura e às ciências". Uma tristeza que tão grande político e homem tenha sido tão bruscamente expulso da sua terra natal - que ele tanto amava e para a qual tanto contribuiu - pela inveja de uns quantos oficiais do Exército... Reunir um acervo considerável leva muito tempo, fazê-lo desaparecer custou apenas algumas horas. Lastimável!
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