Eu sou o Nó do Destino cósmico escondido na Árvore sacrossanta.
Se eu prospero, Ré prospera.
Em verdade, vede!
Os cabelos da minha cabeça são os mesmos do deus Nun.
O meu rosto é o Disco solar de Ré.
A força da deusa Hathor vive nos meus olhos.
A alma de Upuaut ecoa nas minhas orelhas.
No meu nariz vivem as forças do deus Khenti-Khas.
Os meus dois lábios são os lábios de Anupu.
Os meus dentes são os dentes de Serket.
O meu pescoço é o pescoço da deusa Ísis.
As minhas duas mãos são as mãos do poderoso Senhor de Djedu.
É Neit, a soberana de Sais, que vive nos meus dois braços.
A minha coluna vertebral é a de Set.
O meu falo é o falo de Osíris.
A minha carne é a carne do senhor de Kher-Aha.
O meu peito é o do Senhor dos Terrores.
O meu ventre e as minhas costas são os da deusa Sekhemet.
As forças do Olho de Hórus circulam nas minhas nádegas.
As minhas pernas são as pernas de Nut.
Os meus pés são os os pés de Ptah.
Os meus dedos são os dedos do duplo Falcão divino que vive eternamente.
Em verdade! Não há nem um só dos meus membros do meu corpo que não seja habitado por uma divindade.
Quanto a Tot, ele protege todo o meu corpo.
Semelhante a Ré, renovo-me todos os dias.»
Esta versão aqui deixada pela nossa escriba Teresa está mais expressiva que uma anterior que eu próprio publiquei numa obra agora esgotada, Estudos sobre Erotismo no Antigo Egipto (Lisboa: Edições Colibri, 1995, p. 153).
ResponderEliminarNuma próxima edição, que para o ano sairá, farei uma nova versão a partir do original egípcio, levando em conta este novo texto e não o meu anterior que se baseava na versão do capítulo 42 de Paul Barguet do seu Livre des Morts.
Esqueci-me de mencionar a fonte, que é o livro do Professor Sales,« As Divindades Egípcias»...
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