Realizou-se com grande sucesso a viagem ao Irão, levada a efeito
pela agência Novas Fronteias, com a guia Teresa Neves, contando
com o habitual apoio científico e pedagógico do Instituto Oriental
da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo também
sido fundamental para o sucesso da viagem o solícito guia iraniano
Said, sobretudo para as questões relacionadas com o Irão islâmico.
Como se vê pelos mapas inseridos, o Egito ficou incluído no imenso
Império Persa, criado pelos Aqueménidas, como uma das províncias
(satrapias) mais ricas, contribuindo para os trabalhos de construção
dos enormes complexos palatinos em Susa, Pasárgada e Persépolis
com homens e materiais, notando-se as influências da arte egípcia
em vários aspetos arquitetónicos e decorativos de Persépolis (onde
foi tirada a foto que acima se vê, com o grupo de felizes viajantes,
sendo de notar as senhoras com os obrigatórios lenços na cabeça).
Do cosmopolitismo do Império Persa ficou uma sugestiva inscrição
do grande rei Dario I, no seu palácio de Susa, mas que também serve
para ilustrar a intensa atividade construtiva em Persépolis, atestando
adrede a participação dos diversos povos nas grandes obras levadas
a cabo pelos soberanos Aqueménidas, com relevo para os egípcios:
«Para este palácio que ergui em Susa, os materiais foram trazidos
de longe. A madeira de cedro foi trazida de uma montanha chamada
Líbano; assírios transportaram-na para Babilónia, e da Babilónia
cários e jónios trouxeram-na para Susa; a madeira de teca foi trazida
da Índia; o ouro veio de Sardes e da Bactriana; as pedras preciosas,
o lápis-lazúli e a cornalina da Sogdiana; a prata e o ébano do Egito;
os materiais que decoram os muros, da Jónia; o marfim da Etiópia,
da Índia e da Aracósia; as colunas de pedra, da Cária; os pilares
de pedra, afeiçoados aqui, foram trazidos de um palácio no Elão.
Os homens que trabalharam a pedra eram jónios, lídios e egípcios;
os ourives eram medos e egípcios; os homens que trabalharam
a madeira eram lídios e egípcios; os homens que assentaram
os tijolos eram babilónios; e os decoradores de paredes eram
medos e egípcios. Em Susa realizou-se um esplêndido trabalho.
Possa Ahura Mazda proteger-me».
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