domingo, 3 de fevereiro de 2013

Mais um desafio para os interessados!


    Esta elegante escultura em quartzito, datada c. de 1400 a.C., encontra-se atualmente no Museu Britânico, em Londres. Representa um babuíno, animal outrora comum nas margens do rio Nilo, famoso pela sua agilidade, inteligência, perspicácia e hábil destreza manual. 

     Não admira, portanto, que tenha sido associado como animal sagrado a uma divindade em particular, a qual é vista como protetora da escrita e dos escribas, criador dos hieróglifos, dos cálculos matemáticos, de todos os trabalhos científicos, mágicos, filosóficos e religiosos, orientador das posições das estrelas e dos corpos celestes e até mesmo mediador entre as forças do bem e do mal.

   Agora coloco um pequeno desafio aos amigos e participantes deste blogue: qual a divindade associada ao babuíno?

   E quem quiser e se conseguir, pode tentar ler os hieróglifos presentes na escultura, entre os quais existem duas cartelas reais, onde estão indubitavelmente os nomes de um rei. 

   
   A todos, boas leituras e boa sorte!

6 comentários:

  1. Bem, pela informação que é deixada aqui diria que o deus ao qual se associa este símio é Tot, o escriba dos escribas, o "secretário" de Osíris. Não obstante, reparei no Dicionário do Antigo Egipto que o babuíno também representa Babi (ou Bebon), a deificação da libido sexual. Uma fórmula mágica de evocação a este deus permitia àquele que fazia a grande viagem continuar a ter relações sexuais e a satisfazer nesse âmbito a sua companheira na outra vida.

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  2. Se não me engano é Tot, não ?? Li num livro uma vez mas não lembro muito bem =\

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  3. Uma «mosca de ouro» para o Mário por ter acertado na resposta! Quanto à associação do babuíno a Babi ou Bebon, a deificação da libido sexual, confesso que desconhecia. Mais uma peça de informação a reter. E agradeço ao Mário pela mesma!

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  4. É verdade que o tumultuoso e insaciável Babi, ou Bebon, era representado por um babuíno, mas que se saiba nunca terá sido esculpido em estátuas do género daquela que aqui se apresenta.

    Trata-se neste caso sem dúvida da representação do babuíno sagrado do deus Tot, datando esta estátua do reinado do faraó Amen-hotep III, cujos nomes encartelados se podem ler na base: deus beneficente, Nebmaetré, filho de Ré, Amen-hotep.

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  5. Trata-se de facto de uma estátua que representa o babuíno sagrado do deus Tot, até porque o babuíno que representa Babi ou Bebon aparece raramente figurado neste tipo de estatuária de alta qualidade.

    Quanto aos nomes e títulos que estão gravados na base eles aludem ao deus beneficente (netjer nefer) Nebmaetré, filho de Ré, Amen-hotep (Amen-hotep III).

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  6. Os babuínos-amarelos comuns - Papio cynocephalus - são vistos na iconogragia egípicia como animais de estimação - pet - são animais pequenos, gregários e dóceis em cativeiro. Os babuínos associados ao deus Thot, como é o caso da figura acima, são bem diferentes da espécie anterior, são maiores, mais raros, menos gregários, mais perigosos devido a uma dentadura fortíssima, e vivem nas altitudes etíopes. São chamados Babuíno Sagrado ou Gelada - Papio hamadrya, o macho é muito maior que as fêmeas, também mais colorido, e apenas estes são representados na iconografia, fêmeas da espécies são ignoradas. Ao amanhecer nas frias montanhas etíopes, para se aquecerem, esses animais estendem as mãos em direção ao sol que nasce. Para o imaginário egípicio esta imagem de adoração ou saudação do solm drmostrava serem esses animais muito inteligentes e devotos, daí a sua elevação à condição de sagrados.

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