terça-feira, 28 de julho de 2020

Pôr do sol no Alentejo


O pôr do sol no Alentejo, fruído ao entardecer, depois de mais
um dia muito bem passado no idílico e ameno Clube de Campo 
de Vila Galé, com tons alaranjados a pintar o céu no horizonte 
ocidental, sobre os vinhedos, pomares e olivais, é o culminar
gratificante e quotidiano em tempo de férias - mas a não fazer
esquecer o suave pôr do sol na Praia das Maçãs ou o do Egito.

Para a piscina... de máscara e touca



Nas breves mas deleitosas férias alentejanas, o veraneante usou 
corretamente a touca e a máscara para poder frequentar a piscina
interior do tonificante Clube de Campo de Vila Galé, já que para
a piscina exterior, em ambiente bucólico, a touca é dispensável,
e para ambas as piscinas a máscara é claramente inapropriada.

O aparato do banhista, onde negrejam a touca e a máscara, e que
lhe proporcionam um meliântico disfarce, geraram adrede certos
comentários maledicentes de que parecia um assustador assaltante
de bancos, mas os adereços afinal são perfeitamente dispensáveis 
para as falcatruas e os ínvios assaltos que têm sido noticiados.

De férias no Alentejo... sem máscara



Durante as recentes e desconfinadas férias no Alentejo, a visita
 às vinhas de Santa Vitória, que em vasta extensão ladeiam o belo
e aprazível Clube de Campo de Vila Galé, permitiu ao veraneante
 aquilatar da qualidade dos cachos de uvas com muito bom aspeto,
deixando antever uma bela e abundante colheita para o Outono,
sendo dispensável a máscara para as provas (ficou no bolso).

Mas enquanto não chega a nova produção vinícola, os opíparos
 e lautos almoços dos tradicionais e saborosos pratos alentejanos  
foram acompanhados por hedónicos tintos da Casa Santa Vitória,
porque, como atestou e asseverou o enólogo, na boca é um vinho 
correto, redondo, suave, bem frutado, bastante agradável e até
consensual - ah... e ainda tem notas florais e mentoladas.

De férias no Alentejo... com máscara



Em curtas mas reconfortantes e restauradoras férias no Alentejo,
o veraneante não deixou de usar a bela máscara azul protetora,
como de resto fizeram todos os frequentadores da vilegiatura
proporcionada pelo excelente Clube de Campo de Vila Galé,
onde apetece bem voltar para o ano... talvez já sem a máscara.

O gato: do Egito para a Europa




Na terceira sessão do curso breve sobre o antigo Egito, levado
a efeito pelo Âmbito Cultural de El Corte Inglês e que tem sido
amplamente divulgado (já com centenas de visualizações), foi 
aflorada a vinda de vários elementos artísticos e arqueológicos
para a Europa, desde obeliscos, estátuas, sarcófagos, papiros,
múmias, e até os gatos, disseminados pelos Gregos e Romanos.

Como na altura foi sublinhado, muitos dos gatos que hoje andam
pelas ruas, mais airosos ou mais fedorentos, vasculhando pelos 
caixotes, têm afinal uma remota «ascendência egípcia» - poderá
ser quiçá o caso do gatão representado numa magnífica estatueta
 do escultor Fernando Fonseca, ou a ternurenta gatinha Luna, que
se vê na terceira imagem (foto da mestranda Mara Sevinatti).


sexta-feira, 17 de julho de 2020

Sempre com a máscara



Uma pessoa habitua-se de tal maneira à útil máscara protetora, 
que custa muito largá-la  -  que o diga o faraó Amen-hotep IV, 
que aqui se pode ver num bloco de arenito pintado descoberto 
no templo de Karnak, antes de o rei herético e revolucionário
mudar o seu nome para Akhenaton e abandonar de vez Lucsor,
encerrando os templos de Amon, proibindo o culto deste deus
 e perseguindo os sacerdotes amonianos, numa invulgar atitude 
violenta, exacerbada e fundamentalista muito pouco egípcia.

O rei Amen-hotep IV, antes de se mudar para a sua nova capital 
em Amarna, à qual deu o nome de Akhetaton, já se fazia figurar
com um rosto anguloso e disforme, não sendo fácil adaptar-lhe
a recomendada máscara  -  e quanto ao egiptólogo, afeiçoou-se 
de tal maneira a esse adereço azul que não pode passar sem ele,
mesmo que esteja a tomar a bica na tranquila esplanada do café 
Pascal, no Monte Abraão (antes de partir para férias merecidas
no Alentejo onde ficará cerca de uma semana... com a máscara).

Não esquecer as máscaras protetoras!


Nestes tempos incertos de uma pandemia covídica que demora
 a desaparecer, todos os recursos são viáveis para uma difusão
atempada e sugestiva do uso intensivo das máscaras protetoras 
como a eficaz Direção-geral da Saúde tem vindo a fazer desde
há vários meses, e os faraós podem ajudar nessa divulgação.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

A máscara do último faraó egípcio



A primeira imagem mostra o último faraó egípcio autóctone num 
baixo-relevo de granito fraturado, onde se vê Nectanebo II (que
é a forma grega do nome Nakhthorheb), fazendo uma oferenda
ao deus Osíris (ausente na imagem), sendo de notar a máscara
protetora usada pelo faraó que governou o país das Duas Terras
entre 360 e 343 a. C., na XXX dinastia, a última do antigo Egito.

Depois dele vieram os invasores persas para um segundo domínio
do país do Nilo, até que em 332 a. C. chegou o jovem Alexandre,
rei da Macedónia, que libertou o Egito dos odiados persas - mas
ficaram lá os macedónios, dando mais tarde, em 305 a. C., origem 
à dinastia ptolemaica, fundada por Ptolemeu Lagos, terminando
 esta dinastia com a célebre rainha Cleópatra, em 30 a. C.

Tudo isto a propósito da máscara protetora que em cima o faraó
egípcio usa corretamente, não para o proteger da terrível invasão 
persa mas para dar um bom exemplo aos desconfinados de hoje,
como este egiptólogo que bebe o seu delicioso sumo de laranja 
fresco no «Búzio», através de uma palhinha que furou a máscara. 

O uso digno e cívico da máscara



Este alto funcionário egípcio do Império Novo exibe com grande
orgulho o seu pesado colar de ouro e braceletes também de ouro
atestando a sua importância política e social, e neste caso usando
uma máscara protetora que não lhe retira a pose de dignidade,
embora não seja tão espetacular como a sua máscara funerária.

Mas hoje, milhares de anos depois, o funcionário público agora
jubilado, após quarenta anos de docência (e com mais três anos 
de serviço militar e sete anos de trabalho no jornal O Século),
demonstra que a máscara só deve ser retirada para as refeições,
como esta que remata com belas cerejas no restaurante «Búzio».

Há quarenta anos...


Já lá vão quase quarenta anos, num tempo sem pandemias, quando 
 esta fotografia foi tirada na Escola Pedro de Santarém, em Benfica, 
numa altura em que o jovem docente, recém-licenciado em História
pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi colocado
nesse estabelecimento de ensino para lecionar Português e História
 de Portugal aos seus jovens estudantes do 6.º ano de escolaridade.

Onde estarão eles agora? 
Esperemos que estejam todos felizes e saudáveis, usando máscara... 

O Antigo Egito: curso breve (3)






A terceira e última gravação do curso breve do Âmbito Cultural
de El Corte Inglès está pronta para ser divulgada, sendo dedicada
ao tema «O Egito eterno. O Egito sempre presente», sublinhando-se
a presença do notável legado da civilização egípcia nos dias de hoje
no ensino superior e em cursos diversos, nos museus e nos acervos 
de colecionadores particulares, nos livros, álbuns, documentários, 
filmes, jogos, bailado, música, ópera, cosmética, embelezamento
privado e urbano, e enfim, em muitos aspetos do quotidiano.

Uns usam máscara, mas outros...



Sendo conhecido o bom comportamento ético, regrado, equilibrado,
sensato (ao menos em teoria) dos antigos Egípcios, que procuravam
cumprir as humanistas normas da deusa Maet no quotidiano, pode-se
sem dificuldade imaginar que eles cumpririam de bom grado a regra
para o uso correto das máscaras - mas quanto aos deuses, não temos
a certeza de que as usariam, estes aqui nem a tradicional tanga usam.

Confinamento solar



O entardecer na Praia das Maçãs, com o disco solar caminhando 
para o ocaso, pode proporcionar bonitas imagens do pôr do sol,
como esta obtida por Miguel Araújo, mas também proporciona
belos momentos na esplanada do café Búzio para um agradável
 lanche onde não falta o sumo de laranja - mesmo com máscara!

Para os antigos Egípcios, o sol a caminhar para o ocaso no final
do dia era o deus Atum, um criador do mundo, mas aqui evocando
a confinada e difícil viagem noturna da barca solar que ia navegar
pela Duat, com o deus Ré na barca da noite, para no dia seguinte
ele aparecer resplandecente na alvorada, na forma de Khepri. 

quinta-feira, 9 de julho de 2020

O Antigo Egito: curso breve (2)





Após a primeira sessão do dia 7, promovida pelo Âmbito Cultural
de El Corte Inglès, dedicada à geografia e história do Antigo Egito
em aula previamente gravada para o curso breve que agora decorre,
segue-se uma sessão que aborda a cultura e a civilização no dia 14,
sublinhando vários aspetos ligados à religião, à arte e à literatura.

Tal como a primeira, também esta segunda sessão terá a duração
de uma hora e meia, sintetizando a matéria correspondente a duas
aulas do curso presencial na sala do Âmbito Cultural, esperando-se
que tão cedo quanto possível, terminada esta triste fase pandémica,
os cursos de El Corte Inglès possam ser retomados «ao vivo».

Finalmente, as instruções




Finalmente chegaram as instruções para o uso correto das máscaras
protetoras, com uma clareza objetiva que não deixa qualquer margem 
para dúvidas, numa expressiva mensagem que até os antigos Egípcios
entenderiam - ao contrário de certos desconfinados de hoje que ainda
se atrapalham com o uso da máscara quando querem beber e comer,
como este, apanhado na esplanada do «Búzio», na Praia das Maçãs.

Habituados ao uso de máscaras funerárias para a proteção do corpo,
especialmente a cabeça, para seguirem rumo à eternidade no paraíso
 de Osíris, usariam de bom grado as máscaras de proteção que hoje 
se recomendam contra esta insistente pandemia - e um bom exemplo
é a estátua de Khafré, exposta no Grande Museu Egípcio do Cairo,
vendo-se atrás da cabeça a imagem protetora do falcão de Hórus.

Apesar do toque modernista, com a intenção de alertar para um uso
correto da máscara, indispensável nos tempos difíceis que correm,
note-se que se mantém à vista a divina barba real do monarca, para
quem foi construída a segunda pirâmide do planalto de Guiza (com
143 metros de altura), e para quem foram feitas estátuas magníficas
como esta que aqui se observa, em gneisse (IV dinastia, 2540 a.C.). 

sábado, 4 de julho de 2020

O uso correto das máscaras



Já os antigos Egípcios, incluindo os seus poderosos faraós, sabiam 
usar corretamente as máscaras, a começar por aquelas que cobriam
as suas cabeças divinas a caminho da eternidade fruída no paraíso,
diferentes das nossas máscaras e da que aqui cobre o rosto juvenil
do famoso rei Tutankhamon (1333-1323 a. C., na XVIII dinastia),
cujo túmulo do Vale dos Reis foi o único a chegar intacto até nós,
avultando no seu espólio a maravilhosa máscara funerária de ouro.

A atual máscara protetora, com uma cor azul celeste apaziguadora,
também não ficaria mal entre os magníficos adereços da monarquia
faraónica, equilibrando o azul da coroa real (kheprech) de onde sai
a serpente sagrada (iaret) e o azul entrecortado de ouro que se nota
no cetro do Norte ou nekhakha (esquerda) e no cetro do Sul ou heka 
(direita), contrastando com a desajeitada máscara do desconfinado 
que toma a sua bica na esplanada do café Pascal, no Monte Abraão.

Ramsés III confinado




O faraó Ramsés III, reinando entre 1184 e 1153 a. C. (XX dinastia),
é considerado o último grande rei do antigo Egito, porque depois dele 
veio o penoso e dramático final do Império Novo, perdendo-se todos
os territórios que o Egito tinha conquistado, seguindo-se o tumultuoso
Terceiro Período Intermediário e a Época Baixa (c. 1070-332 a. C.).

Ramsés III, vitorioso sobre os «Povos do Mar» e os Líbios, e grande
 construtor, foi sepultado num bem decorado túmulo do Vale dos Reis,
e a primeira imagem mostra o faraó numa das paredes do seu túmulo,
mas com o acrescentamento moderno da máscara, a chamar a atenção 
para o uso correto deste indispensável elemento de proteção pessoal.

Nas outras duas imagens o faraó, já desconfinado e sentado no carro
de guerra, escuta o relatório dos seus oficiais e dos escribas militares
na sequência da vitória sobre os invasores líbios, numa reconstituição 
de um baixo-relevo pintado do seu templo funerário de Medinet Habu, 
e em baixo está presente no túmulo de seu filho Amen-herkhopechef.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Máscaras desconfinadas



Continuando o veraneio pela Praia das Maçãs em desconfinamento
cauteloso e preventivo, convém ter presente a importância do uso
de máscaras de proteção, dando primazia às de produção nacional,
que até será uma maneira de ajudar a nossa economia, porque elas
são de alta qualidade - só é pena não trazerem instruções de uso.

O Antigo Egito: curso breve (1)



Devido à interminável crise pandémico-covídica o Âmbito Cultural 
de «El Corte Inglès», em Lisboa, cancelou os cursos que anualmente 
vai oferecendo aos interessados que os podem escolher e frequentar 
gratuitamente, tendo à sua disposição um leque de temas variados.

Um desses cursos, que existe há cinco anos, é sobre o Antigo Egito,
contando sempre com um expressivo número de pessoas inscritas,
para beneficiarem de um programa organizado em seis sessões,
as quais decorrem nas excelentes instalações do Âmbito Cultural.

Dadas as atuais circunstâncias, alguns dos docentes desses cursos
foram convidados para apresentarem os seus temas pelas práticas
e acessíveis vias internéticas, possibilitando assim a mais pessoas
o acesso aos temas que generosamente o Âmbito Cultural oferece.

O curso breve dedicado ao Antigo Egito organiza-se em três aulas
 previamente gravadas, para os dias e os temas que aqui se indicam:
1.ª sessão, dia 7 de julho - Geografia e história do Antigo Egito
2.ª sessão, dia 14 de julho - Cultura e civilização do Antigo Egito
3.ª sessão, dia 21 de julho - O Egito eterno, o Egito sempre presente

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Ainda as máscaras profiláticas




O uso de máscaras no antigo Egito resulta da crença na eternidade,
na firme convicção de que os corpos mumificados e embalsamados 
tinham de estar bem protegidos, a começar pela cabeça do defunto
coberta por uma máscara cuja qualidade dependia da importância
política e social do candidato à vida eterna no paraíso de Osíris.

As mais conhecidas são algumas máscaras funerárias produzidas
para os reis, mas certos membros da casa real e da administração 
também encomendaram para si vistosas máscaras, como a que está
na primeira imagem, feita para o alto funcionário Uendjebauendjed
da XXI dinastia (em Tânis), que era sacerdote e oficial do exército.

Não sendo hoje úteis as antigas máscaras egípcias, e pondo de lado 
as duvidosas máscaras de origem chinesa, temos felizmente as boas
máscaras de produção nacional que convém utilizar, retirando-as 
para sorver um reconfortante sumo na esplanada do café «Búzio»,
ou então indo ali ao lado aos belos crepes e gelados do «Oceano».

Mais máscaras protetoras




Voltando às máscaras, eis na primeira foto uma máscara funerária
egípcia de cartonagem dourada, da Época Greco-romana, do acervo
de antiguidades egípcias do Museu de História Natural e da Ciência
da Universidade do Porto, destinada a proteger o rosto da defunta,
cujos olhos expressivos mostram uma inefável confiança na vida
eterna fruída na Duat, o ridente e desconfinado paraíso de Osíris.

As prosaicas máscaras azuis desta vida de cauteloso confinamento
são também de uma inegável utilidade, mas podem ser um elemento
perturbador para atividades próprias de uma animada zona balnear,
como é o caso da aprazível e simpática Praia das Maçãs no Verão,
que se atestam nas imagens colhidas nos «Sabores da Praia», onde
se podem comer apetitosos pastelinhos de bacalhau, com cerveja
fresquinha e loira a acompanhar - mas sem a máscara, claro!

Ramsés II desconfinado



Na tranquila esplanada do café Búzio, na Praia das Maçãs, mantendo
a segurança conveniente (com o uso da máscara), o veraneante exibe
uma camisola de belo algodão egípcio onde o famoso faraó Ramsés II
se lança imparável no seu carro de guerra contra os inimigos do Egito,
no caso os Hititas, considerados na altura como uma vil manifestação
do caos, uma pandemia ameaçadora que urgia derrotar e confinar.