É deveras curioso que a Geórgia e a Arménia reclamem para
os seus brasões nacionais simbologias pré-clássicas ancestrais
que antecedem muito o cristianismo que se implantou, desde
o século IV, naqueles dois países do Cáucaso que visitaremos
em setembro deste ano, livres da pandemia que nos assolou,
numa manifestação de vida e liberdade que a viagem faculta.
No brasão georgiano figura a imagem de São Jorge atacando
o dragão do mal, numa iconografia cristã inspirada no Hórus
cavaleiro combatendo o deus Set em forma de crocodilo, um
símbolo do mal difundido no Egito Greco-romano, adaptado
depois na Europa (onde não há crocodilos, daí o «dragão»),
e politizado no escudo coroado que os dois leões protegem.
O escudo arménio, envolvido por dois animais nobres muito
comuns na heráldica de diversos países, é o centro do brasão
de armas que tem a águia prateada e o leão dourado a exibir
símbolos de várias dinastias reinantes em tempos anteriores,
vendo-se ao centro a representação do lago Van com o monte
Ararat em cima do qual está ancorada a bíblica Arca de Noé.
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