Na viagem que a agência Novas Fronteiras está agora a preparar
para o Irão, procurando repetir o sucesso da visita feita em 2019,
que contou com o apoio científico e cultural do Instituto Oriental
da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, esperamos lá
fruir novamente belos momentos a intentar conhecer uma cultura
notável que deixou vestígios espetaculares, em especial na antiga
capital do Império Aqueménida: Persépolis, a cidade dos Persas.
Voltaremos em 2022 a percorrer as impressionantes ruínas desse
vasto complexo palatino que a realeza persa erigiu em Persépolis
e que nos dizem muito sobre a visão cosmopolita e universalista
dos Aqueménidas, em obras de arte espetaculares, que se devem
à ação de dois grandes reis persas, Dario I (522-486 a. C.) e seu
filho Xerxes (486-465 a. C.), com acrescentamentos dos vários
sucessores que foram sepultados ali perto, em Nakch-i Rustam.
De todas as figuras do Império Persa dos Aqueménidas, a que mais me chama a atenção foi a do seu grande dinamizador inicial, Ciro, o Grande. E acho que ele bem merece esse epíteto, tendo em conta os múltiplos sucessos militares, políticos e administrativos, mas acima de tudo, na minha ótica, o respeito pelas outras culturas e religiões. Isso, para mim, é o início da defesa dos direitos humanos - numa conceção coletiva, talvez, mas não deixa de ser a defesa dos direitos de todas as pessoas em todas as comunidades! Uma visão bem inteligente para governar tão vasto império.
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