O nosso estimado escriba Fernando Azul publicou antes uma imagem
com dois vistosos leopardos, que quase ofuscam a beldade «egípcia»
que está entronizada numa pose displicente e pouco «faraónica»,
e que deixaria a rainha-faraó Hatchepsut muito incomodada.
Respondo à provocação com dois magníficos gatos, o Seti e o Ramsés,
que já não estão vivos, partiram para os campos de Osíris e para
a Duat, onde também havia gatos convivendo com os humanos
(e um deles até combatia a maligna serpente Apopis que queria
parar o curso da barca solar de Ré para que o mundo acabasse).
Seti e Ramsés, nascidos na Praia das Maçãs e falecidos em Lisboa,
não viveram muito tempo, mas foram felizes enquanto estiveram
com os seus «donos», e na verdade eram eles os donos da casa,
instalando-se soberanamente na secretária do gabinete de trabalho
e em todos os sítios que lhes apetecesse (apesar dos protestos).
Seti, com o pelo tigrado, e Ramsés, branco e preto, eram irmãos,
e faziam lembrar os faraós de idêntico nome: Seti I (c. 1325-1279)
e Ramsés II (c. 1300-1213), dois grandes reis do antigo Egito,
na XIX dinastia, que na realidade eram pai e filho.
E assim se presta homenagem a dois gatinhos inesquecíveis:
Seti (2003-2013) e Ramsés (2003-2007).
Sortudos! Não sofreram como os trabalhadores das várias profissões descritas na célebre Sátira dos Ofícios ou Instruções de Dua-Kheti: passaram por uma regalada existência no «palácio real»! ;)
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