De origem plebeia, casou com Taá I, o Antigo, rei da XVII dinastia que pode lhe ter conferido significativos poderes como "Grande Esposa Real". Seria mãe da notável rainha Ahhotep I (já referida anteriormente), de Taá II, o Bravo e possivelmente avó de Kamés e seguramente de Ahmés I, célebre fundador do Império Novo.
Ela estabeleceu (ou restabeleceu) a tradição de um poderoso matriarcado no seio do faraonato na transição entre o 2ª Período Intermediário e o Império Novo, assegurando a sobrevivência do poder dinástico perante uma sucessão de faraós mortos de forma prematura. A presença desse poder feminino persistiria muito tempo após a morte da rainha, com destaque para mulheres como Hatchepsut, Tye e Nefertiti.
De resto, Teticheri sobreviveu a três reinados, durante os quais é possível que tenha desempenhado um papel político relevante na corte de Tebas, como conselheira e talvez mesmo co-regente com a filha, Ahhotep ao longo da guerra de libertação contra os Hicsos.
Teticheri desapareceu c. de 1540 a.C.. Existem escassas evidências da sua vida, a não ser a estela monumental da sua arruinada estrutura funerária, erguida no complexo fúnebre de Ahmés I em Abido. Presentemente no Museu do Cairo, a estela atesta - de acordo com as palavras do próprio Ahmés - a alta consideração e apreço do jovem rei pela autoridade moral e dinástica da avó, o que evidencia a duradoura influência desta na famosa dinastia que fundou.