A esmagadora maioria dos templos do Antigo
Egito, a partir do Império Novo, tinham uma estrutura muito típica.
Esses templos eram sempre construídos
de dentro para fora, pelo que o santuário era a primeira estrutura a ser
edificada, ficando portanto na zona mais interior.
Quando o templo estava completo, ele
estendia-se axialmente e era frequente ter uma avenida, muitas vezes ladeada de
esfinges, que dava acesso a duas grandes estruturas trapezoidais unidas:
eram os pilones, com um
grande portal para a entrada do templo. Estes estavam decorados com diversos
motivos mas o mais comum era o faraó espancando os seus inimigos e as oferendas
deste ao deus ao qual o templo era devotado.
Ao passarmos esse portal deparamo-nos
com o pátio hipostilo,
geralmente bem iluminado pela luz natural onde geralmente era aceite o acesso
do público.
Seguidamente encontramo-nos na sala hipostila que tinha uma cobertura
apoiada em inúmeras e robustas colunas como uma autêntica floresta de pedra.
Seria destinada apenas aos sacerdotes do templo.
A partir deste ponto o acesso era mais
restrito, começando a baixar em altura tendo de ser iluminado artificialmente.
Era a sala da barca e o santuário propriamente dito, onde se
encontrava a estátua da divindade.
Todo o templo era normalmente rodeado por
altos muros, que davam uma proteção eficaz e o isolavam das áreas limítrofes.
O interior era profusamente decorado onde
se dava todo o destaque a um ou mais faraós que o tinham erigido e ao deus que
ali era cultuado.
Um dos templos melhor preservado onde ainda
se pode apreciar todos estas estruturas arquitetónicas é o templo de Edfu, a
sul de Tebas, e que foi já construído no período Ptolemaico.
Outros templos eram ainda mais complexos
como o templo de Karnak, com uma sucessão de pilones e pátios hipostilos à medida
que faraós mais recentes os iam acrescentando.
Também destaco o peculiar templo duplo de
Kom-Ombo em que tudo está duplicado, estando o lado esquerdo dedicado a Horus
Horuer e o lado direito ao deus Sobek.
Visitei esse templo de Edfu numa viagem com o professor Araújo há sete anos e foi fabuloso admirar a beleza e grandeza que vi. E também fiquei surpreendido ao me informarem que em tempos o templo esteve completamente coberto de areia! Dada a sua altura e o seu tamanho espanta-me como o vento e a areia possam executar a tarefa de cobrir tão grande monumento.
ResponderEliminarMuito muito interessante. :)
ResponderEliminarAna C.
De facto o templo de Edfu, construído durante o período ptolemaico, está muito bem conservado, como bem o puderam testemunhar os escribas do blogue que já lá estiveram, ao contrário do templo duplo de Kom Ombo, que está parcialmente destruído.
ResponderEliminarQuanto ao templo gigantesco de Karnak, onde também estivemos, não é fácil reconhecer lá a habitual estrutura axial dos templos egípcios, até porque o núcleo central correspondente à sala da barca e ao santuário já desapareceu.