No Antigo Egito o ano estava dividido em 12 meses de 30 dias, mas cedo verificaram que necessitavam de mais 5 dias para acertarem o calendário. Os antigos egípcios dividiram o ano em 365 dias desde uma fase muito precoce do seu percurso histórico. Desenvolveram, muito cedo, os conhecimentos astronómicos que permitiram esse grau de precisão. É de facto extraordinário que uma civilização o tenha feito já há tantos milénios! O interessante é a explicação mitológica para a justificação desses 5 dias, chamados epagómenos...
Nut (deusa do céu) enamorou-se do seu irmão Geb (deus da terra) à revelia do pai Ré que, ao descobrir, pediu a Chu (deus do ar) para que este separasse o casal de forma a que Nut não pudesse procriar nos 360 dias do ano. Nut estava desgostosa mas pediu ao deus Tot que a ajudasse. Tot, com pena da situação, decidiu agir. Desafiou a Lua para um jogo e com a sua grande sabedoria: ganhou. Conseguiu obter assim uma parte da luz lunar (mais precisamente 72 avos) o suficiente para conseguir 5 dias suplementares que se juntam aos 360 dias comuns e, como consequência da perda da luminosidade lunar, apareceram as fases da Lua.
Mas a história ainda não acabou...
Nestes 5 dias aconteceram coisas extraordinárias, mas que no caso de deuses e deusas é perfeitamente normal. Em cada um desses dias Nut gerou um filho de Geb. Nasceram pela seguinte ordem: Osíris, Horuer, Set, Ísis e Néftis.
Estes dias eram especiais e seriam dedicados aos deuses em causa. Seriam certamente muito apreciados após um ano de trabalho.
E, ao que parece, eram 5 dias de festa, a teocracia egípcia sabia bem gerir a coisa, não é só chibatadas :)
ResponderEliminarA mitologia egípcia não é tão interessante, na minha opinião, como a da Grécia Antiga, mas mesmo assim é muito desenvolvida, com pontos fortes, como este.
ResponderEliminarO antigo calendário egípcio de doze meses, com trinta dias cada mês, e mais os tais cinco dias epagómenos para dar 365 dias, é a base do nosso calendário atual.
ResponderEliminarJúlio César tomou conhecimento deste calendário numa forma mais correta e avançada, que tinha sido melhorada por um grego de Alexandria, e introduziu-o em Roma.
A grande diferença é que o mês egípcio de trinta dias tinha apenas três semanas, de dez dias cada, e a nossa semana tem hoje sete dias por influência hebraica.
Só que o dia de repouso hebraico era o sábado (sabat), dedicado ao descanso e à oração, e o cristianismo transferiu-o para o domingo, o dia do Senhor.