Há perto de 10 000 anos uma alteração de alguns graus no eixo de rotação da Terra originou uma radical alteração climática em muitas regiões do globo incluindo toda a área do atual deserto do Saara.
O que antes era basicamente uma imensa savana, onde a fauna e a flora eram significativas, transformou-se no maior deserto terrestre.
O que à primeira vista parecia ser uma situação desesperada possibilitou uma autêntica revolução.
No fundo foram essas condições climáticas tão adversas que originaram o início do que hoje chamamos civilização egípcia.
As populações que eram essencialmente nómadas e viviam da caça e da recoleção, não tiveram outra alternativa senão sedentarizar-se nas margens do Rio Nilo. Começaram a dedicar-se à agricultura, pastorícia e outras actividades afins. Com o tempo a sociedade criada foi-se complexicando até atingir um elevado grau de sofisticação.
As mesmas condições que proporcionaram o florescimento do Antigo Egito podem agora estar a ameaçar a sobrevivência da população atual, em grande expansão demográfica e confinada a um único lugar habitável - o vale do Nilo. São 80 milhões de pessoas numa faixa fértil comprida, mas não larga. Com as alterações climáticas em destaque, o que será dos Egípcios a nível de sustentabilidade daqui a 30 ou 50 anos?
ResponderEliminarNa verdade as grandes alterações climáticas ocorridas entre o X e o V milénio antes da nossa era levaram a grandes modificações geográficas e humanas, fazendo do Egito um oásis graças ao Nilo que atraiu populações do Sul, do Leste e do Oeste.
ResponderEliminarPor isso na ponta norte-oriental de África surgiu, a partir de finais do IV milénio, uma grande civilização de base africana e com grandes influências camitas e semitas - como de resto se percebe pela estrutura da língua falada no Egito faraónico.