sábado, 17 de dezembro de 2011

O primeiro poema de amor da História?

"A PRINCESA RICA EM ENCANTOS,
SENHORA DO AFETO, MEIGA DE AMOR, SENHORA DAS DUAS TERRAS.
POETISA DE LINDO SEMBLANTE
A MAIOR NO HARÉM DO SENHOR DO PALÁCIO.
TUDO QUE DIZEIS SERÁ FEITO PARA VÓS.
TODAS AS COISAS BONITAS DE ACORDO COM VOSSO DESEJO.
TODAS AS VOSSAS PALAVRAS TRAZEM ALEGRIA À FACE.
POR ISSO OS HOMENS ADORAM OUVIR TUA VOZ."

(Poema de amor de Ramsés II Nefertari)

Não resisti! Achei este poema sublime, puro e belo, a melhor demonstração de amor de um homem pela sua amada. Quem diria que o grande Ramsés II, habituados que nós estamos a vê-lo no filme Os Dez Mandamentos através da brilhante interpretação de Yul Brynner, fosse capaz de tanto romantismo?

Terá sido este o primeiro poema de amor da História? Não sei, talvez ninguém saiba. Todavia é um dos mais emotivos, fortes e inspirados que alguma vez se escreveu!

4 comentários:

  1. Belo poema. Qualquer "amada" o admiraria... ou: admira. Pois assim sendo, tudo me leva a crer que Ramsés II era um romântico. Gostei, Fernando.

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  2. Desde que comprei, aqui há coisa dum ano, um livrinho de poemas de amor egípcios numa feira do livro aqui na minha zona que me apaixonei pela elegância e graciosidade das suas melodiosas palavras. Agradeço ao escriba que aqui partilhou este lindo poema. Gostaria, se for possível, que os autores aqui do Faraó e Companhia, blogue que sigo há vários meses, me indicassem alguma obra onde estejam compilados poemas do Antigo Egipto e/ou do mundo pré-clássico, pois também nutro especial interesse pelas poesias da Antiga Mesopotâmia, com as quais tive um primeiro contacto através do livro «A História começa na Suméria» de S. N. Kramer. Despeço-me com um abraço.

    Mário

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  3. Cuidado, o «poema» acima publicado não passa de uma montagem moderna feita por alguém que foi compilar alguns títulos femininos dispersos presentes no túmulo da rainha Nefertari e depois os juntou dando-lhe um toque poético.

    Por outro lado, há a agravante de alguns títulos estarem incorretamente registados, e mais grave ainda é dizer-se que esse «poema de amor, puro e belo» é da autoria de Ramsés II que o teria dedicado à sua esposa Nefertari, o que não é verdade.

    Convém que as contribuições para este blogue sejam oriundas de fontes fidedignas e que, de preferência, sejam elaboradas pelos próprios escribas - apesar de o blogue ter um timbre lúdico e descontraído há que manter um certo valor pedagógico.

    Quanto aos livros existentes em português com poemas de amor do antigo Egito, aqui se deixam alguns títulos:

    José Nunes Carreira, Cantigas de Amor do Oriente Antigo, Mem Martins: Publ. Europa-América, 1999.
    Rogério Sousa, Os Doces Versos. Poemas de Amor no Antigo Egipto, Fafe: Labirinto, 2011.
    Luís Manuel de Araújo, Estudos sobre Erotismo no Antigo Egipto, Lisboa: Edições Colibri, 1995.

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  4. Obrigado pelas sugestões.

    Boas Festas (a quem as comemora)!

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