Em tempo de festividades natalícias vou chamar a
atenção para uma festa muito especial a que os faraós desde o início dos tempos
históricos dedicavam bastante interesse.
Habitualmente era celebrado sempre que o reinado atingia
os 30 anos, mas posteriormente era repetido por períodos bem mais curtos, geralmente
cada 3 ou 4 anos.
Podíamos considerar uma festividade de jubileu que
visava renovar a vitalidade real num reinado já bastante longo.
Nessas festividades o faraó fazia uma corrida
simbólica com o boi Ápis à volta do seu templo funerário; lançava flechas
segundo os 4 pontos cardeais, representando o seu poder sobre todo o país e mesmo
todo o Mundo; fazia a cerimónia do levantamento do pilar Djed e entre outras
actividades participava em procissões de visita a vários templos recebendo homenagens dos seus súbditos mais destacados.
Imagino que as populações que raramente viam o faraó,
ficariam impressionadas com toda essa pompa. Afinal estavam na presença de um
deus na Terra, e que era o responsável pela ordem e desenvolvimento de todo o
Egito.
Obrigado a ti, Jorge, pela colocação desta postagem ainda mais com uma imagem da rainha Hatchepsut, um dos meus faraós prediletos!
ResponderEliminarO Heb-Sed é uma cerimónia bem antiga, há vestígios que remontam ao período antes do Império Antigo que atestam a sua realização! Existe uma imagem do faraó Den, da I dinastia, onde se vê o rei a executar a corrida simbólica.
Pelos vistos, a tradição pegou milénios mais tarde, pois é costume monarcas atuais como os da Europa celebrarem jubileus por ocasião de aniversários de reinado - o equivalente secular ao Heb-Sed no Antigo Egito.
O jubilar Heb-sed, como festival mágico da realeza egípcia, procurava de facto revitalizar o faraó para continuar a governar as Duas Terras, e em teoria ele deveria realizar-se após trinta anos de reinado.
ResponderEliminarMas na prática não era assim, e o Heb-sed era celebrado mais cedo: Akhenaton celebrou o seu com poucos anos de reinado e Hatchepsut fez o mesmo, mas Ramsés III abusou, porque em trinta anos de reinado celebrou catorze!
Uma das áreas mais importantes do complexo funerário do Hórus Netjerikhet Djoser, da III dinastia, em Sakara, construído por Imhotep, era precisamente o pátio para a celebração do Heb-sed eterno do monarca.