segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Guebel Barkal- Residência do deus Amon

Guebel Barkal é uma colina de aproximadamente 100 metros de altura, situada no atual Sudão, nas proximidades da localidade de Karima, e nas redondezas de uma importante curva do Nilo onde se encontra a 4ª catarata. Situa-se a uma distância de 348 km a norte da atual capital, Cartum, e a 1300 km a sul da cidade do Cairo (18º 32’ N e 31º 49’ E).

Esta região pertencia à Núbia e em vários períodos foi dominada pelo Egito, por esta região ser rica em ouro, em plantas e animais exóticos e também ser detentora de uma população que foi, algumas vezes, escravizada e outras integrada em tarefas específicas como por exemplo as militares.

Inserida isoladamente numa imensa planície, destaca-se esta colina que possui uma forma muito curiosa, com um fino e alto pináculo na vertente Sul.

Quando os antigos egípcios aí chegaram imediatamente relacionaram esse apêndice lítico com um enorme “Uraeus” a serpente sagrada que protege os faraós, e a própria colina como a casa do deus Amon.

O faraó Tutmés III (XVIII dinastia), conhecido como sendo o “Napoleão do Antigo Egito”, por volta de 1450 a.C. estendeu o controlo egípcio até esta região, ficando aqui a fronteira meridional.

Neste local foi feita a construção de um grande templo dedicado ao deus Amon, que foi posteriormente ampliado durante a XXV dinastia (Núbia). Nesta área encontram-se as ruínas de pelo menos de 13 templos e 3 palácios.

Pelo seu valor arqueológico foi considerado património mundial pela Unesco, juntamente com as vizinhas localidades de Meroé e de Napata.

3 comentários:

  1. A influência egípcia na Núbia é muito significativa a notar pelos inúmeros exemplos de arquitectura, costumes e divindades adoptados - como o presente caso que o nosso excelente amigo Jorge aqui apresenta. Podemos imaginar que antes da barragem de Assuão ser criada e da criação do lago Nasser, quantos vestígios não se poderiam encontrar ainda, mas agora muitos estão submersos. Ao menos os templos de Abu Simbel e de Philae salvaram-se...

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  2. Concordo contigo, Fernando.
    Infelizmente só alguns monumentos puderam ser salvos.
    Já agora também acrescento à lista, o templo de Kalabcha, que em 1962-63 foi reposicionado umas dezenas de qilómetros mais a Norte (para perto da Grande Barragem de Assuão), para escapar ao aumento do nível das águas do Nilo pela mesma razão apontada para os outros templos.
    Embora fosse um templo fundado no período romano (época de Augusto) foi consagrado ao deus núbio Mandulis tendo a sua construção obedecido ao modelo típico da arquitetura de templos egípcios mais antigos.
    Alguns de nós visitámo-lo. Está situado em sítio bem acessível, perto da cidade de Assuão e encontra-se relativamente bem preservado.

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  3. Tentei aumentar a imagem postada no final do texto pelo nosso sunu para melhor perceber o seu conteúdo e ver os hieróglifos que lá estão mas não dá, o próprio original é fraco.

    Ainda assim dá para perceber que se trata do faraó Ramsés II, venerando a gigantesca serpente sagrada iaret, que parecia estar esculpida no elevado penhasco de Guebel Barkal.

    Atrás da iaret coroada está o deus Amon entronizado e inserido teluricamente na própria montanha, apresentando-se desta forma como senhor da Núbia, que então estava submetida ao Egito.

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