domingo, 17 de março de 2013

Ptah, o senhor da Criação!


   Esta bonita estátua, oriunda da antiga capital de Tebas-Usaet, no Sul do Egito, é datada do reinado de Amenhotep III, c. de 1390-53 a.C. e representa uma das maiores divindades egípcias: Ptah, "o da bela face", "o senhor da Verdade", "o mestre da Justiça", "o que ouve as orações", "o mestre das Cerimónias", "o senhor da Eternidade" - só alguns dos epítetos pelos quais era designado.

   A importância de Ptah no panteão religioso egípcio não deve ser subestimada: era considerado o senhor da Criação, que com o seu pensamento e com a sua palavra, criou o Mundo. Nessa qualidade, todos os componentes da Natureza e do Universo deviam a Ptah a sua existência, dado que ele concebeu-os por via do pensamento e por via da magia da sua palavra, deu-lhes forma.

   A sua importância simbológica como criador reforçou-se ao longo dos milénios através da sua associação à monarquia faraónica, já que se considerava Ptah como um crucial preservador do papel do monarca. Sem contar ainda que Ptah era o patrono dos artífices, protegendo os que se dedicavam aos trabalhos artesanais e artísticos. Dada a profusão de obras de arte de todas as qualidades, promovidas ao longo de milhares de anos, compreende-se porque o culto de Ptah, tão cedo iniciado, se tenha espalhado e prolongado por todo o Antigo Egito até ao fim da era faraónica.

  Ptah era a principal divindade na região da milenar Mênfis desde os primórdios da unificação do país, fazendo parte da Tríade Menfita, ao lado de Sekhmet, sua esposa e Nefertum, seu filho. É representado frequentemente na forma de Osíris (pele de cor verde, envolto em linho e com a típica barba divina), segurando um bastão ou cetro com os símbolos de ankh, djed e uas, ou seja vida, estabilidade e poder, fortalecendo a sua posição como deus com o poder da criação e estabilização. Devido ao seu papel criador, também tem afinidade com as questões da fertilidade e do renascimento e, como é habitual na religião egípcia antiga, sofre o sincretismo com outras divindades, como Bes, o boi Ápis e Sokar.

  O culto de Ptah tornou-se tão popular na sociedade egípcia que veio a ser elevado à posição de uma das principais divindades nacionais, associado às cerimónias faraónicas. O seu culto depressa se estendeu aos maiores centros populacionais, encontrando-se vestígios da sua prática em Abido, Tebas, Abu-Simbel e Pi-Ramsés. Existem ainda provas do seu culto fora das fronteiras do Duplo País, em diversos pontos do Mediterrâneo Central e Oriental - Cartago, por exemplo - graças aos Fenícios.

  A estátua, aqui exibida, encontra-se no Museu Egípcio de Turin, em Itália, o qual contém uma das maiores coleções de Arte Egípcia encontradas no estrangeiro. Vale a pena visitar!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Hoje, no University College London:


TONIGHT
6.30 Institute of Archaeology. Clive Barham Carter talks about 'A Thousand Miles up the Nile with Amelia Edwards'. Free admission, all welcome. Should be great lecture: Amelia is our hero - Petrie's patron, founder of the Petrie Museum and the EES.
Pena, a crise.