segunda-feira, 22 de abril de 2013

O rei Khakheperré Senuseret!


   A clássica posição da estátua deste faraó, o rei Khakheperré Senuseret  - conhecido por Senuseret II - demonstra bem a sólida autoridade da monarquia faraónica, força motriz da brilhante era do Império Médio.

    Sabe-se pouco deste quarto rei da XII dinastia comparado a alguns dos seus antecessores e sucessores, dado o carácter fragmentário ou contraditório das fontes. Filho de Amenemhat II, a duração e datação do seu reinado são inexactas: tanto lhe atribuem 10 como 19 anos de reinado, algures entre 1897 e 1860 a.C. sendo que muitos apontam 1870-1860 a.C. como a altura mais provável. Também não existe consenso sobre a ideia de um reinado conjunto com seu pai.

   O  pacífico reinado de Senuseret II, sem registo de ações bélicas, é marcado pela diplomacia e pelo comércio com os reinos vizinhos do Médio Oriente. A nível interno, desenvolveu boas relações com nomarcas, como atestam os indícios no túmulo de Khnumhotep, governador de Beni Hasan.

   Sem guerras ou rebeliões para o atormentar, Senuseret II dedicou os seus esforços ao incremento da agricultura. Uma oportuna descida do nível das águas do lago Moeris, no oásis do Faium expôs consideráveis extensões de terras férteis, circunstância que o faraó aproveitou, ampliando vários projectos hidráulicos anteriores mediante a construção de diques e canais para melhor controlo e distribuição de água. Para o efeito, em Senuserethotep - hoje Kahun - mandou erguer os primeiros bairros de trabalhadores conhecidos.

   As artes conheceram também os seus tempos áureos. A nível arquitectónico, destaca-se o complexo piramidal do rei em El-Lahun, onde além de um sarcófago de granito rosado, foi descoberto, em 1889, pelo egiptólogo Flinders Petrie um uraeus de ouro finamente trabalhado, possivelmente pertencente à máscara fúnebre do soberano. Mais recentemente, em 2009, novas escavações permitiram descobrir alguns corpos mumificados.


    Nas criptas adjacentes onde se sepultaram as filhas do rei, foram encontradas belíssimas jóias de ouro, prata e pedras semi-preciosas. No complexo fúnebre do sucessor, Senuseret III, destaca-se a cripta da princesa Sithathoriunet, onde Petrie e Brunton descobriram em 1914, um nicho com mais jóias (como o peitoral com o nome de Senuseret II acima visualizado), vasos, espelhos e outros materiais cosméticos de excelente qualidade.
    A estatuária também atingiu notável refinamento, como se verifica pelas diversas estátuas de Senuseret II, atestando a XII dinastia como exemplar na representação artística da figura humana. Algumas dessas estátuas seriam reaproveitadas séculos mais tarde por outros soberanos.

    Da corte de Senuseret II, as informações são escassas. Existem registos que apontam a existência de duas rainhas - Khenemetneferhedjet I (mãe de Senuseret III) e Nofret II - e duas esposas secundárias. Conhecem-se com relativa certeza três ou quatro filhas, entre as quais Sithathoriunet.
   No que toca aos altos funcionários e ministros, são poucos os dados. Salienta-se Khnumhotep, que além de governador local, terá sido diplomata, chefe da casa real e finalmente vizir. Todavia, como no que toca à maioria dos restantes faraós, as perguntas sobre Khakheperré Senuseret são mais do que as respostas!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Estivemos em Dahchur


No decurso da recente viagem ao Egito organizada pelo Instituto Oriental
 o nosso grupo esteve em Dahchur, a alguns quilómetros a sul de Guiza 
e Sakara, e lá pudemos ver duas grandes pirâmides da IV dinastia pouco 
visitadas, a insólita «pirâmide romboidal», e a «pirâmide vermelha»,
porque são muito raros os grupos que ali se deslocam.

Graças à greve da TAP (obrigado TAP), partimos mais cedo para o Egito,
e assim tivemos mais um dia, que deu para visitar a necrópole de Dahchur,
onde existem pirâmides da IV dinastia (do rei Seneferu) e da XII dinastia
(feitas para os reis Senuseret III, Amenemhat II e Amenemhat III).

A imagem mostra a chamada «pirâmide romboidal», com a sua estranha 
forma, mas alguns «voluntários» entraram na «pirâmide vermelha», 
o que não é nada fácil, quer pela penosa subida até à sua entrada 
quer pelo percurso interno, com vários metros (a descer e a subir) 
andando numa incómoda posição agachada.

Mas sim, estivemos lá!

domingo, 14 de abril de 2013

Os três guias


Mantendo a tradição das anteriores visitas de estudo ao Egito
dos grupos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,
também neste ano a viagem teve o acompanhamento de três guias:
um egiptólogo do Instituto Oriental (Luís Araújo), uma guia profissional
 da Tui Viagens (Teresa Neves), e o guia local (Mustafa el-Ashabi).

E tudo correu muito bem!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O banho no mar Vermelho


Tal como no ano passado, a visita de estudo deste ano ao Egito terminou
 com um retemperador banho nas águas do mar Vermelho, em Hurghada,
depois de alguns dias de peregrinação cultural.

Alguns dos viajantes quiseram lembrar a sua presença do dia de Páscoa
 deste ano em Hurghada, em 31 de março, na tradicional pose do ka,
sob uns agradáveis 30 graus de temperatura...
Ah, e em Portugal nessa altura chovia a potes e estava frio!

sábado, 6 de abril de 2013

Mais uma visita de estudo


Terminou com sucesso mais uma visita de estudo ao Egito organizada 
pelo Instituto Oriental da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,
desta vez em parceria com a Associação Portuguesa dos Amigos 
dos Castelos, com dezoito participantes desejosos de aprender, 
e que decorreu entre 20 de março e 2 de abril de 2013.

Aqui está o grupo de viajantes numa foto tirada no sítio da antiga cidade
de Mênfis (Ieneb-hedj), uma das grandes capitais do antigo Egito, visitada
no primeiro dia de um longo percurso que decorreu sem problemas,
ao contrário do que se esperaria com as notícias alarmantes da imprensa
manifestamente exageradas acerca da situação no Egito.

Para o ano lá estaremos novamente!