domingo, 15 de dezembro de 2013

Boas Festas!


Com este artístico postal natalício de temática piramidal
desejo aos escribas e aos muitos leitores deste faraónico blogue 
Boas Festas e um Bom Ano Novo, que em antigo egípcio seria:
HEBU NEFERU UEPET RENPET NEFERT

Resta dizer que o autor desta festiva e artística montagem gráfica,
feita a partir do texto hieroglífico elaborado pelo escriba que assina 
esta postagem, foi o egiptólogo Telo Ferreira Canhão.



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Festa de Natal


Para os escribas e leitores deste faraónico blogue lembrei-me
de uma apropriada sugestão para a quadra natalícia, muito propícia
para lautas comezainas e excessos pantagruélicos.

Aqui se mostram as apetitosas vitualhas encontradas num túmulo
do Império Novo, que agora se encontram no Museu Egípcio de Turim,
fazendo certamente crescer água na boca aos visitantes.

Não faltam suculentos nacos de carne, costeletas magníficas,
pães e bolinhos, frutos secos (claro!) e outras iguarias...
Falta apenas o vinho licoroso adocicado com mel
e a quentinha e espessa cerveja egípcia... mas não se pode ter tudo!

Boa ceia de Natal!!!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Um Amenemhat pouco conhecido...


   Quem for ao Museu Britânico, em Londres, poderá encontrar esta esfinge de um peculiar tipo de rocha denominada "gneiss" (em inglês). Representa um rei pouco notável da XII dinastia: Amenemhat IV, penúltimo da sua linhagem, que terá reinado por volta de 1780-1770 a.C.

   Maekheruré Amenemhat - para tratá-lo pelo prenome e nome - não se destaca no compêndio da XII dinastia. As suas ligações familiares ainda são motivo de debate: em tempos achou-se que seria um príncipe menor, casado com a princesa Neferusobek, talvez herdeira de Amenemhat III, assumindo o trono através dela. Hoje tem-se mais ideia de que seria filho de Amenemhat III, sucedendo-lhe como único varão sobrevivente, após uma curta regência conjunta, atestada por inscrições em rochas na Núbia. A brevidade do seu reinado talvez se deva à idade avançada do próprio monarca aquando da morte do pai. O Papiro Real de Turim confere-lhe 9 anos, 3 meses e 27 dias de reinado.

   No essencial é uma época tranquila e isenta de ameaças externas: o rei limita-se a finalizar as obras iniciadas pelo pai nos templos em Medinet Maadi e possivelmente a ele se deve a construção de um templo em Kasr-el Sagha, no nordeste do Faium. Conhecem-se referências de quatro expedições ao Sinai em busca de turquesas e uma ao Uadi el-Hudi, na procura de ametistas.

   Contudo o poder real começa seriamente a declinar nesta época. Registos contemporâneos dão conta de secas sucessivas que terão levado ao fracasso das colheitas, fragilizando a base de uma economia agrícola e com ela os rendimentos da monarquia faraónica. É possível que, no fim do Império Médio, os recursos tenham sido explorados ao ponto do esgotamento, tornando-se insuficientes para uma população crescente, ainda mais com o início de um fluxo de imigrantes de origem asiática.

   Acrescentem-se problemas de ordem dinástica: possivelmente o longo reinado de Amenemhat III privou a monarquia de herdeiros capazes, razão que dita a ascensão de uma mulher ao trono, Neferusobek, talvez meia-irmã e esposa de Amenemhat IV e sua imediata sucessora, derradeira representante de uma dinastia moribunda e em processo de extinção.

   Desconhece-se com exatidão o local de enterro de Amenemhat IV: uma pequena pirâmide em Mazghuna, a sul de Dahchur terá sido feita para ele, supostamente como morada final para a eternidade.