quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Os obeliscos de Hatchepsut



Julga-se que a rainha-faraó Hatchepsut tenha mandado erguer
no templo de Amon, em Karnak (Lucsor), pelo menos quatro
obeliscos, dos quais resta um (que se vê na imagem de cima),
tendo sido recentemente reerguido um fragmento (com cerca
de cinco metros de altura) na zona do lago sagrado de Karnak
o qual se vê também na primeira imagem, entre o obelisco de 
Hatchepsut e o de seu pai Tutmés I (XVIII dinastia) sendo de
registar que o da rainha-faraó é o maior do Egito (30 metros),
magnificamente esculpido num único bloco de granito rosa.

Sabe-se que, regra geral, os obeliscos eram erigidos aos pares
à entrada dos templos, e no caso dos grandes obeliscos feitos
para a rainha-faraó até sabemos o nome do arquiteto e mestre
de obras que dirigiu os trabalhos de extração e colocação: foi
Amen-hotep, cujo nome está numa inscrição hieroglífica que
ele mandou gravar e que se pode ler na primeira imagem com
o título de «conhecido verdadeiro do rei, seu amado», e mais
o seu cargo de sumo sacerdote da tríade divina de Elefantina,
o deus Khnum, a esposa Satet e a jovem filha deles, Anuket.

Quanto à segunda imagem, é a reprodução expressiva de um
relevo que Hatchepsut mandou fazer, garantindo que os dois
obeliscos se destinavam ao deus Amon-Ré, que se encontra 
à direita, estando a rainha-faraó à esquerda (com o prenome
de Maatkaré e o título de deus bom) e ao meio os obeliscos.
Note-se que o texto da esquerda tem leitura retrógrada, nele
se declarando que ela mandou fazer os dois obeliscos para o
seu pai Amon-Ré, com a ponta coberta de eletrum brilhando
sobre as Duas Terras (o Egito) como o disco solar, com uma
afirmação convicta no fim: «Nunca se tinha feito uma coisa
assim, desde os tempos antigos!» Sim, mas Hatchepsut fez!

Ainda os obeliscos




Recordando a sessão sobre os obeliscos egípcios na Europa
que teve lugar no Auditório Adriano Moreira, na Sociedade
de Geografia de Lisboa, cumpre sublinhar a ação oportuna
da Doutora Ana Cristina Martins (a última foto) presidente 
da Secção de Arqueologia da Sociedade, na organização do
evento, que teve transmissão direta por zoom para aqueles 
que preferiram seguir à distância a conferência, com tempo 
no final para troca de impressões e esclarecimentos.

Entre os vários obeliscos egípcios existentes na Europa, que
foram para lá levados desde os tempos do Império Romano,
mereceram destaque os treze exemplares que hoje se erguem
na cidade de Roma, mais um em Florença, aos quais se junta
o obelisco da Praça da Concórdia, em Paris, um em Londres
e outro no sul de Inglaterra (Kingston Lacy), e um na antiga
Constantinopla que hoje é Istambul, e ainda em Nova Iorque
no Central Park, sofrendo bastante com a poluição da zona.

Ação rotária didática



Além das suas campanhas de angariação de bens alimentares,
que têm tido como forte imagem de partilha as cestas básicas
destinadas a minorar as dificuldades de algumas instituições
de solidariedade social, o Rotary Clube de Lisboa também faz
recolha de material didático como o que se pode ver nas duas
imagens que aqui se mostram, destinando-se os bens obtidos
a jovens estudantes no início de mais um ano letivo.

Dias egiptológicos



As duas últimas semanas foram bem significativas em termos 
de difusão do Egito faraónico e da sua brilhante civilização,
desde a sessão no Museu de História Natural de Sintra, sobre
as coleções egípcias existentes em Portugal, que as imagens
aqui testemunham, à conferência na Sociedade de Geografia 
de Lisboa sobre «Os obeliscos egípcios na Europa», e ainda
o seminário na Faculdade de Letras de Lisboa com o intento
de assinalar os 200 anos da decifração da escrita hieroglífica
por Champollion, que na postagem anterior foi recordado.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Ainda a decifração dos hieróglifos




Foi há duzentos anos que Jean-François Champollion conseguiu
decifrar a escrita hieroglífica egípcia, partindo do texto redigido
em três escritas na Pedra de Roseta importante acontecimento 
que o Centro de História da Universidade de Lisboa evocou com
a realização de uma jornada cultural, que ocorreu no passado dia 
22 de setembro no pequeno auditório da Biblioteca da Faculdade 
de Letras de Lisboa, conforme se anunciou na anterior postagem
dedicada à efeméride, com a participação de quatro egiptólogos.

Para se explicar com toda a clareza, e a necessária capacidade de
síntese, o processo que levou Champollion à sua descoberta, não
há outra forma prática que não seja o uso de um quadro para nele
ir descrevendo os passos essenciais que levaram o jovem filólogo
francês à sua notável decifração, comparando as cartelas com os
nomes de Ptolemeu e Cleópatra, depois as cartelas de Ramsés II
e Tutmés III, com um especial relevo para este último, dado que
foi precisamente o nome de Tutmés a chave para a descoberta.

Este processo é elementar e básico para esta explicação logo nas
primeiras aulas de escrita hieroglífica, é até um método clássico
no processo didático da aprendizagem, o qual, por outros meios,
se procura elucidar com um artigo que sairá em breve na revista
Hapi, cujo número 8 está agora a ser ultimado, e do qual vemos
aqui dois excertos, mais uma imagem do Professor Josep Padró,
que é docente jubilado da Universidade de Barcelona, a contar
como é que Champollion percebeu o sistema hieroglífico. 

Obeliscos egípcios na Europa


No próximo dia 27 de setembro, terça-feira, pelas 15 horas, vai
ter lugar uma conferência na Sociedade de Geografia de Lisboa 
integrada no ciclo «O Oriente no Ocidente», sendo apresentado
o tema Obeliscos egípcios na Europa com entrada livre para
os interessados, num tempo em que se comemoram os duzentos 
anos da decifração da escrita hieroglífica egípcia (1822) e ainda
os cem anos da descoberta do túmulo de Tutankhamon (1922).

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

A decifração da escrita hieroglífica

 

No próximo dia 22 de setembro, quinta-feira, o Centro de História
da Universidade de Lisboa vai assinalar os 200 anos da decifração
da escrita hieroglífica egípcia por Jean-François Champollion com
quatro sessões temáticas no Anfiteatro da Biblioteca da Faculdade
de Letras, com entrada livre para quem quiser fruir este programa:

10h00 às 11h30, com José das Candeias Sales

A expedição de Napoleão ao Egipto (1798-1801): 
características, repercussões, contributos

11h30-13h00, com Luís Manuel de Araújo

Antes de Champollion... As batalhas de Abukir

PAUSA PARA ALMOÇO

14h30-16h00, com Abraham Fernández Pichel

La lengua egipcia antigua: primeros intentos de deciframiento,
el nacimiento de la egiptologia científica y metodologias
del trabajo egiptológico actual

16h00-17h00, com Rogério Sousa

«João Champolião e os signos do Egipto»:
A biografia de Jean-François Champollion
enquanto recurso ficcional

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Está a chegar a revista Hapi


Seguiu já para a gráfica o número 8 da revista Hapi, dedicada
à temática geral de «A vida no Antigo Egipto», mas desta vez
tratando dos textos mais expressivos publicados ao longo dos
séculos pela notável civilização que floresceu no país do Nilo.

Com a crise pandémico-covídica que nos atingiu e com várias
dificuldades que entretanto foram surgindo quer com a revista
quer com a Associação Cultural de Amizade Portugal-Egipto,
a começar com a questão financeira, o projeto esteve parado.

Mas eis que a Embaixada do Egipto, reconhecendo a elevada
qualidade da revista e o papel que tem desempenhado, desde
há dez anos, na divulgação da história e da cultura do Egipto
faraónico, greco-romano e islâmico, decidiu apoiar a edição.

E assim, dentro de pouco tempo, a revista Hapi voltará a sair,
e será o número 8, abarcando os anos 2021-2022, seguindo o
seu percurso com o mesmo diretor, Doutor Telo Canhão, com
o mesmo secretariado e o mesmo conselho redatorial, e ainda
com o mesmo gráfico: Paulo Emiliano, de elevada qualidade. 

Quanto ao seu interessante e aliciante conteúdo, eis o índice:

Sobre a tradução de textos do Egipto faraónico
Luís Manuel de Araújo e Telo Ferreira Canhão

Os «Textos das Pirâmides»
José das Candeias Sales

A literatura do Império Médio
Telo Ferreira Canhão

Os «Textos dos Sarcófagos»
Catarina Apolinário de Almeida

A literatura egípcia e os faustos do Império Novo
Rogério Sousa

Um manual para a eternidade: o «Livro dos Mortos»
Luís Manuel de Araújo 

Generosidade rotária



Em mais uma generosa campanha para angariação de donativos
destinados à aquisição de bens alimentares, decorreu a 28ª Cesta
Básica promovida pelo Rotary Clube de Lisboa, e o resultado foi
muito compensador como se atesta pelos carros de compras bem
repletos para doar a várias instituições carentes desses produtos.

Na imagem de baixo a foto testemunha a entrega dos bens a uma
dessas instituições, as «Irmãzinhas dos Pobres», numa cerimónia
singela, onde participaram o Eng. Rui Vidal Matoso e a Dra Alice
Nobre, que são respetivamente tesoureiro e presidente do Rotary 
Clube de Lisboa, deixando antever a continuação das doações.

Ainda o Egito em agosto


Esta é uma fotografia que, tradicionalmente, é tirada no planalto
de Guiza, para o álbum de memórias das viagens ao Egito, como
a que ocorreu no passado mês de agosto com um grupo bastante
interessado e que fruiu uma magnífica temperatura estival, com
 a vantagem de todos regressarem mais cultos e mais bronzeados.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Palestra em Sintra


 Aqui está o convite para uma sessão que vai decorrer no sábado
dia 17 de setembro, às 17 horas, no Museu de História Natural
de Sintra, que tem entrada livre, no encerramento da exposição
de uma pequena coleção de antiguidades egípcias pertencentes
a Fernanda e Miguel Barbosa, e doada ao município sintrense.

Do singelo acervo, que esteve exposto nos últimos três meses,
e que encerrará neste fim de semana, foi feito um catálogo que 
esteve e está à disposição dos visitantes e assistentes à palestra 
cujo tema é Coleções egípcias em Portugal com uma síntese
sobre os acervos egiptológicos públicos, privados e particulares.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Música solidária


Conforme anuncia a imagem, vai realizar-se no próximo dia 17
de setembro pelas 15 horas, um concerto solidário, atuando no
Colégio Militar (Lisboa), a Orquestra Ligeira de Ponte de Sor,
revertendo a verba obtida para projetos de apoio à juventude.