sábado, 18 de outubro de 2025

Professor António Borges Coelho




Faleceu António Borges Coelho, professor catedrático jubilado
da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na finitude
dos seus viçosos 97 anos de uma vida recheada de inspiradoras
ações a nível cívico e cultural, paradigma de um homem justo,
que pautou a sua longa vida pela fidedigna escrita da História.

Como sublinhou o Professor Hermenegildo Fernandes, diretor
da Faculdade de Letras de Lisboa, dele fica a bela imagem de
franciscanismo militante e de amor pelo humano, verdadeiro
intelectual de inteligência generosa votada ao ofício de pensar
historicamente o mundo para poder comunicar e nele intervir.

Mais do que a justíssima atribuição da Grã-Cruz da Ordem da
Liberdade em 2018 (imagem central), o insigne medievalista,
que também foi ficcionista e poeta, certamente reconhecia da
parte dos seus alunos e dos seus colegas um grande afeto que
por ele sentiam nos episódios de docência e de são convívio.

Há dois anos foi publicado um singelo volume com diversos
testemunhos de colegas e amigos, e cuja capa aqui se mostra 
com o título de «A Arte de Desmascarar a História», junto de
fotos que evocam a atividade docente (no final de uma prova
de doutoramento) e num convívio académico-gastronómico.

Tratou-se da exitosa conclusão do doutoramento de Florbela
Veiga Frade (um bom exemplo entre muitos outros) e de um
opíparo almoço de docentes do Departamento de História da 
Faculdade de Letras de Lisboa, tendo ao lado os professores 
Marques de Almeida e F. Contente Domingues, já falecidos.

Nesse referido volume de homenagem ao Professor António
Borges Coelho, no qual participei com um texto evocativo e 
deveras sentido, pude adrede escrever no final o seguinte:

No antigo Egito onde ele teria sido um excelente, culto, leal
e eficaz escriba, a sua vida terrena seria pesada numa balan-
ça na sala do julgamento final presidido por Osíris. O nome
e renome de uma pessoa eram atestados pelo cumprimento
das pendulares e precípuas normas humanistas da maet - é
isso o que António Borges Coelho tem feito como homem 
bom, afável, honesto, probo, solidário, afetuoso, tolerante.

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