quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A 1ª Greve conhecida

Atendendo a que hoje estamos em dia de Greve Geral (24/11), lembrei-me de postar este tema.

Foi durante a XX dinastia no ano 29 do reinado do faraó Ramsés III que foi documentado a primeira greve conhecida da história.
Eram tempos difíceis pois durante vários anos este faraó se encontrou em guerra essencialmente defensiva relativo a invasões feitas pelos líbios e pelos heterogéneos "Povos do mar". Isso contribuiu em parte para a crise económica que nessa altura se associou ao descalabro já habitual dos gastos públicos "faraónicos".
Nos trabalhos realizados no templo funerário, começou a haver atrasos nos pagamentos,
nomeadamente em artigos alimentares (trigo, cevada, pão e cerveja) bem como cosméticos. Isso gerou viva contestação que levou à paragem de todos os trabalhos.
Os trabalhadores com esta atitude conseguiram que os pagamentos fossem feitos e o trabalho foi retomado.

Consta que mesmo assim não receberam nesse ano o subsídio de Natal... nem nos seguintes...

O faraó Ramsés III esteve sempre metido em confusões... no final do seu reinado sofreu um atentado contra a sua vida executado por uma concubina do seu harém e com apoio de outros elementos do seu pessoal... mas isso é tema para outra comunicação.

6 comentários:

  1. Afinal a greve não é uma invenção da era industrial europeia! Mais uma vez se constata que diversos problemas que julgamos exclusivamente característicos dos tempos recentes tiveram raízes bem antigas! E mais uma vez os antigos egípcios estiveram na vanguarda da sua aplicação, senão mesmo criação!

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  2. Para que conste... e antes que comentem...
    a imagem na parte de baixo do post, mostra uma cena que se passa numa padaria que não estava abrangida pela greve. A minha ideia foi apenas para documentar o trabalho braçal.

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  3. Essa mania dos trabalhadores quererem ser pagos já vem de longe...

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  4. Se na verdade já é espantoso como há milhares de anos, no antigo Egito, os trabalhadores fizeram greve para reclamar os bens a que tinham direito pelo seu trabalho, mais surpreendente é o facto de as suas reclamações terem sido atendidas.

    A reclamação foi feita perante o vizir, o mais alto elemento da administração do «Estado» na altura, mas os trabalhadores exigiram ainda que o seu caso fosse levado ao conhecimento do próprio faraó, o que torna o acontecimento ainda mais notável.

    Estamos assim perante uma greve que foi mesmo uma «greve geral» porque toda a vila operária de Deir el-Medina parou - ou seja, ao contrário de outras, onde os números são manejados em função dos vários interesses, esta greve há milhares de anos teve 100% de aderentes!

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