quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Ramesseum, de balão


Uma das vantagens da ousada viagem de balão que costuma ocorrer durante as visitas de estudo ao Egito é poder ver lá de cima alguns dos monumentos da margem ocidental de Lucsor, onde há muitos séculos foram feitos os túmulos de reis, rainhas, funcionários e artesãos, sobretudo na fase histórica do Império Novo (séculos XVI-XI a. C.).

Além dos túmulos, também alguns faraós mandaram erigir nessa vasta área os seus templos funerários (os palácios de milhões de anos, como se chamavam), e durante a visita deste ano foi apreciado bem do alto o templo funerário de Ramsés II, o Ramesseum, que está hoje bastante destruído, quer por tremores de terra quer por destruição humana.

Ainda assim, consegue-se perceber, depois de um primeiro pátio coberto de destroços, o que resta da passagem que dava acesso a um segundo pátio hipostilo, onde só estão as bases das colunas e alguns colossos osíricos adossados aos pilares da fachada da sala hipostila, na qual se percebe a nave central mais alta que as naves laterais.

Este palácio de milhões de anos feito para o grande Ramsés II não é habitualmente visitado por grupos, mas pode ser que para o próximo ano consigamos incluir uma visita ao seu interior...

5 comentários:

  1. Quando visitei o Egito em 2004 tive pena de não ir ao Ramesseum, nem a Medinet Habu, construído por Ramsés III, mas fui ao Vale das Rainhas, o que não foi nada mau. Tinha esperanças de vermos a tumba de Nefertari, esposa de Ramsés II, mas naquela altura estava fechada...Se não me engano, vimos um túmulo de uma rainha da XX dinastia, acho que mulher de Ramsés VI, mas não tenho certeza.

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  2. Embora haja excelentes obras de arte e edíficios deste período, especialmente os relacionados às rainhas, acho os monumentos de Ramsés II muito pobres em acabamento, grosseiros, cafonas mesmo ! Seu pai - Seti I - deixou monumentos de uma beleza que rivalizam com os de Amenothep III, considero Seti um rei muito mais importante e glorioso do que seu espalhafatoso filho. Na mesma situação enquadramos os objetos dos reis de Tânis, da XXI e XXII dinastia, estes são incrivelmente mais sofisticados e bem desenhados que os pertencentes ao rebuscado barroco amarniano da tumba de Tutankhamom. Ramsés II e Tutankhamom são famosos, deixaram muitos vestígios, mas nem de longe podem ser ligados ao melhor da cultura e da manufatura egípcia antiga. Desculpem a sinceridade !

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  3. A viagem de balão na margem ocidental do Nilo perto de Lucsor é imperdível e recomendo a todos os que vão para estas paragens. Ultimamente o preço infelizmente tem subido, mas no fim damos por bem empregue os 100 Euros do passeio.

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  4. Ramsés II era todo pompa e glória, não era exactamente um monarca muito refinado a nível cultural. Ele deve ter tido tanta vontade de superar os seus antecessores que não se preocupou muito com a qualidade dos seus monumentos. O que ele queria era em grande para grande o considerarem. Acho que podemos detectar um pouco de megalomania no seu carácter, não acham?

    Também há que salientar que a época da XIX dinastia é mais pobre a nível de sofisticação cultural do que a XVIII dinastia, possivelmente devido a uma deterioração dos padrões exigidos e talvez a uma diminuição de meios e recursos humanos e materiais. Menos de um século depois, o país entrava em momentos turbulentos com as perturbações políticas. Sempre se reflecte na qualidade artística do período...

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  5. O nosso amigo Fernando Azul já respondeu no essencial às questões suscitadas por «Perfil da Planta» no tocante à atividade construtiva no reinado de Ramsés II, onde se privilegiou mais a quantidade e o colossalismo do que a qualidade - embora não possamos entrar em generalizações.

    Quanto aos objetos encontrados no túmulo de Tutankhamon (e não Tutankhamom) e os que foram achados nos túmulos dos reis de Tânis, o egiptólogo Cyril Aldred acha que no tocante à joalharia não se podem comparar ao espólio achado nas pirâmides da XII dinastia.

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