sábado, 17 de agosto de 2019

Uma exposição indecente



Um dos aspetos mais chocantes da indecente e aleivosa exposição
que procurava «recriar» o túmulo do famoso faraó Tutankhamon,
levada a efeito pela «Between Planets», no Pavilhão de Portugal,
e que já terminou (felizmente!!!), foi a maneira como se criaram
as legendas das «peças» expostas, as quais, como antes foi dito,
estavam quase todas pejadas de erros grosseiros e insultuosos.

Um dos mais crassos e estouvados dislates constava numa legenda
colocada em baixo de uma imagem que mostrava um rei ajoelhado,
como se pode ver nas fotos em cima, a primeira com Osorkon III, 
da XXIII dinastia (cerca de 780 a. C.), a segunda com Ramsés IX,
da XX dinastia (cerca de 1130 a. C.), em acentuada genuflexão.

Embora a qualidade destas antigas imagens não seja de facto boa,
elas servem ao menos para evocar um aspeto típico da arte egípcia
do Império Novo e Terceiro Período Intermediário, com os faraós
a exibirem a sua piedade para com os deuses em poses de humilde
veneração, mostrando os símbolos da realeza (menos a barba real).

Pois a tal horrorosa exposição no Pavilhão de Portugal, promovida
pela «Between Planets», uma empresa organizadora de eventos (!?),
exibia uma «réplica» parecida com a segunda imagem, e sabem qual 
era a legenda que lá estava por baixo? - Era isto: «Escrava egípcia».
E depois deste exemplo boçal e assaz degradante está tudo dito.

1 comentário:

  1. É incrível que uma exposição que devia de apresentar a civilização egípcia tal como era nas suas múltiplas vertentes tenha sido tão pobremente estabelecida! Ainda bem que não fui ver para não me irritar!

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