sábado, 2 de julho de 2011

Pintura no Antigo Egito (parte 2/2)


Continuação…

4-Princípio da associação de pontos de vista - Uma característica muito egípcia em que se juntavam frequentemente imagens de perfil a outras em plano, de forma a ser mais óbvia a sua identificação, mesmo que o seu aspeto fosse irreal. Podemos ver, na imagem anexa, como os antigos egípcios representavam um jardim com o lago visto de cima e as árvores de perfil de forma a evitar o encobrimento do lago.

5-Princípio da coloração - As cores eram apresentadas lisas e sem “nuances”, sendo escolhida uma cor acastanhada para representar o sexo masculino e uma cor ocre, mais clara, para representar o sexo feminino. Alguns deuses tinham uma cor própria (Osíris era verde, Anubis era preto, Ptah era geralmente verde enquanto as deusas tinham habitualmente uma cor acastanhada, como Isis, Neftis e Hathor).


6-Princípio da não supressão das figuras - Os antigos egípcios tinham a obcessão pela não ocultação completa das figuras humanas, animais ou mesmo de objectos . Eram desviados uns dos outros o suficiente para se perceber inequivocamente a sua imagem. Exemplificando: na representação típica de um casal, estes eram
representados com o homem sentado à frente e a sua esposa sentada no mesmo banco mas mais atrás, significando, na realidade, que o casal estava sentado lado a lado, embora fosse representado dessa maneira. Também chamo a vossa atenção para a forma como são apresentadas as dádivas em cima da mesa de oferendas, sendo estas visualisadas em plano vertical para se poderem ver todas individualmente. Afinal a maioria destas imagens estavam em contexto funerário e o mais importante é que todo o conteúdo da mesa pudesse ser "visto" pelo defunto.

5 comentários:

  1. O nosso atento escriba Jorge Mateus chamou muito bem a atenção para outra característica associada às pinturas, o horror aos espaços vazios... no entanto poderia ter acrescentado que isso acontecia essencialmente porque os textos preenchiam na totalidade todos os espaços disponíveis entre as figuras. Afinal era a associação dos desenhos /pinturas com os textos hieroglíficos que formavam uma simbiose mágica, tão importante para os antigos egípcios.

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  2. Quando ensinei a alunos do 7º ano a História da Arte do Antigo Egipto, para alguns entenderem a lei da frontalidade foi um caos! Mas ainda assim foi o que perceberam melhor!

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  3. Parabéns pelo trabalho, baseei meu Seminário de Arte Egípcia nos artigos produzidos aqui. Adicionei aos favoritos e pretendo visitá-lo constantemente, muito obrigado. Sucesso!

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