Desde a sedentarização das populações, ligadas ao início da agricultura, começou a haver necessidade de medir a dimensão dos terrenos e fazer o cálculo da respectiva área de cultivo.
Acontecia, frequentemente, um problema: o desaparecimento das marcas que separavam as propriedades contíguas após o recuo das águas do Nilo, no fim do período das cheias. Também não era raro que algum dos proprietários tentasse alterar em seu benefício os limites do seu terreno. Isso dava origem a frequentes contendas judiciais. Daí haver necessidade de voltar a medir essas propriedades para ser reposta a legalidade.
Havia indivíduos especializados nessa tarefa. Essa medição era feita com longas cordas com nós regulares. O cálculo da área foi possível porque eles descobriram como avaliar a área do triângulo retângulo, que era metada da área do retângulo com lados iguais aos catetos desse triângulo.
Conseguiam facilmente decompor qualquer terreno em vários triângulos retângulos e depois somavam as áreas.
Muito antes dos gregos terem desenvolvido a geometria, já os egípcios utilizavam propriedades dos triângulos retângulos. Utilizavam frequentemente os triângulos com dimensões 3 x 4 x 5, ou 5 x 12 x 13, que eram sempre triângulos com um ângulo reto.
Claro que tanto trabalho também tinha uma utilidade para os cofres do faraó, já que era permitido assim fazer o cálculo do imposto a aplicar a determinada propriedade. Os egípcios, tudo registavam, até ao mais ínfimo pormenor, o que permitiu nos tempos atuais, sabermos com alguma precisão a maneira como atuavam.
Além da aplicação da matemática para o cálculo de superfícies, como o texto do nosso sunu evoca, ela também era útil no cálculo de volumes - como ficou bem atestado na construção das pirâmides, onde também se demonstra o conhecimento do pi, que hoje é um quebra-cabeças para os jovens estudantes de matemática.
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