Até eu fiquei emocionado com a sensação de ter nas mãos a estatueta de faiança da dama Gautsechnu, sensação que surgiu depois da surpresa inicial de ver que um coleccionador no nosso país tinha em casa um objecto de grande qualidade - e provavelmente sem saber do valor ou da autenticidade dele.
Pergunto até quantas pessoas em Portugal não terão em casa peças egípcias (ou de outras civilizações antigas) sem saberem o seu real valor. Felizmente que a pouco e pouco elas vão sendo conhecidas, e no nosso país já foram estudadas e publicadas até agora mais de mil antiguidades egípcias, públicas e privadas.
Quanto à bonita e bem conservada estatueta de Gautsechnu ela é do mesmo lote de faianças em azul escuro que foi produzido para esta dama da XXI dinastia. Existe um outro lote de estatuetas de faiança azul claro e de menos qualidade, tendo a colecção egípcia do Museu Nacional de Arqueologia exemplares dos dois lotes.
O nome de Gautsechnu significa «Ramo de Lótus», sabendo-se por outros materiais fúnebres achados em Deir el-Bahari que a dama tinha os títulos de dona de casa (nebet-per) e cantora de Amon (chemait net Amon). Há outra dama muito importante dessa época que era filha do sumo sacerdote Menkheperré, que é conhecida por Gautsechnu A, sendo por isso a «nossa» dama chamada por vezes Gautsechnu B.
Como se pode verificar num volume editado em 2003 intitulado Estatuetas Funerárias Egípcias da XXI Dinastia, existem no nosso país exemplares feitos para Gautsechnu no Museu da Sociedade de Geografia de Lisboa e no Museu Nacional de Arqueologia, e ainda em duas colecções particulares: a colecção Amaral Cabral e a colecção Assis Ferreira.
Quem pretender saber mais sobre as estatuetas funerárias desta dama poderá ir ao índice remissivo final da obra acima mencionada e ali ver referências a Gautsechnu B na p. 1078. Boa pesquisa e boa leitura.
Sim, foi com emoção que, graças ao nosso colega, pude sopesar um vero chauabti...chukran!
ResponderEliminarAté eu fiquei emocionado com a sensação de ter nas mãos a estatueta de faiança da dama Gautsechnu, sensação que surgiu depois da surpresa inicial de ver que um coleccionador no nosso país tinha em casa um objecto de grande qualidade - e provavelmente sem saber do valor ou da autenticidade dele.
ResponderEliminarPergunto até quantas pessoas em Portugal não terão em casa peças egípcias (ou de outras civilizações antigas) sem saberem o seu real valor. Felizmente que a pouco e pouco elas vão sendo conhecidas, e no nosso país já foram estudadas e publicadas até agora mais de mil antiguidades egípcias, públicas e privadas.
Quanto à bonita e bem conservada estatueta de Gautsechnu ela é do mesmo lote de faianças em azul escuro que foi produzido para esta dama da XXI dinastia. Existe um outro lote de estatuetas de faiança azul claro e de menos qualidade, tendo a colecção egípcia do Museu Nacional de Arqueologia exemplares dos dois lotes.
O nome de Gautsechnu significa «Ramo de Lótus», sabendo-se por outros materiais fúnebres achados em Deir el-Bahari que a dama tinha os títulos de dona de casa (nebet-per) e cantora de Amon (chemait net Amon). Há outra dama muito importante dessa época que era filha do sumo sacerdote Menkheperré, que é conhecida por Gautsechnu A, sendo por isso a «nossa» dama chamada por vezes Gautsechnu B.
Como se pode verificar num volume editado em 2003 intitulado Estatuetas Funerárias Egípcias da XXI Dinastia, existem no nosso país exemplares feitos para Gautsechnu no Museu da Sociedade de Geografia de Lisboa e no Museu Nacional de Arqueologia, e ainda em duas colecções particulares: a colecção Amaral Cabral e a colecção Assis Ferreira.
Quem pretender saber mais sobre as estatuetas funerárias desta dama poderá ir ao índice remissivo final da obra acima mencionada e ali ver referências a Gautsechnu B na p. 1078. Boa pesquisa e boa leitura.