sábado, 15 de janeiro de 2011

Ainda a Escrita Hieroglífica...

Estela do período ptolemaico
(Museu de Brooklyn, Nova Iorque)

Qual será a mensagem...?

Espero um dia ainda poder decifrar... Agradeço a visita desta manhã e a convicção posta nos humildes escribas de tentarem ler qualquer coisita.

2 comentários:

  1. Atenção estimada escriba Hermínia! Esta estela, com um ar um tanto desajeitado, não pode ser da Época Pré-Dinástica (3500-3400 a. C.) altura em que ainda não havia escrita no Egipto!!!

    Pelo estilo do trabalho poderá ser do I milénio, a entrar já pela Época Baixa ou posterior... Consigo apanhar algum texto que prometo traduzir quando a Hermínia emendar o lapso e rever a legenda correcta do Museu de Brooklyn que expõe esta peça.

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  2. Esta estela do período ptolemaico, de execução um tanto fruste, mantém a divisão tradicional em duas partes, sendo rematada em cima com o disco solar alado e dois canídeos que exibem o ceptro sekhem acompanhados por duas serpentes: a da esquerda é a deusa Nekhbet com a coroa branca do Alto Egipto, e a da direita é a deusa Uadjit com a coroa vermelha do Baixo Egipto (como de resto indicam os nomes hieroglíficos toscamente lá gravados).

    Depois a cena fundamental com o defunto Pakhaas sentado num cadeirão ao centro, tendo um cone de perfume com uma planta sobre a cabeça, e sobre os joelhos uma estatueta de Osíris. À direita está o filho Pakhi (que é uma forma onomástica diminutiva de Pakhaas) a homenagear o pai. A linha de texto junto da sua cabeça diz que ele está a fazer (ir) uma oferta de incenso (sen-netjer) e uma libação (kebeh) para o seu pai (en it-ef). À esquerda está a mãe de Pakhi e esposa de Pakhaas, que se chama Nesihor.

    Não tenho bem a certeza quanto aos títulos exibidos pelo defunto, bem servido com um altar cheio de vitualhas, mas parece-me, salvo melhor opinião, que Pakhaas era porteiro da casa do tesouro de Amon (uen en per-nub en Amon) e sacerdote ueb (puro), entre outras funções.

    Quanto ao texto que se desenvolve em cinco linhas horizontais, com hieróglifos que no geral se compreendem mau grado a falta de qualidade estético-gráfica, penso que o essencial dele nos diz:

    «Oferta feita pelo rei a Osíris, senhor de Rasetau, para que ele conceda a respiração da brisa do Norte (...), para que ele (o defunto) possa sair para o Oriente, e que conceda invocações-oferendas em pão, cerveja, carne de bovino, carne de aves, vinho, leite, roupas e baixela na necrópole (...).

    Na última linha está o nome do filho Pakhi, o nome do pai Pakhaas, e o nome da mãe Nesihor, com o desejo de que vivam eternamente.

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