Do Metropolitan Museum of Art, apresento esta estranha imagem de uma deusa nascida da simbiose de Ísis e Afrodite.
Foi datada de cerca de 150 a.C., portanto dum período ptolemaico mais tardio, o que justifica a clara influência greco-macedónica.
Da iconografia de Ísis já pouco resta, mas ainda assim, temos na coroa o típico disco solar e os cornos de vaca.
Este tipo de estatuetas de terracota representando a deusa Ísis afroditizada é comum em muitos museus europeus e americanos. Tal se deve à abundância de achados feitos por Gayet, em inícios do século XX, na região de Antínoé, que tem muitos vestígios do período romano (séculos I-III).
ResponderEliminarGrande parte das estatuetas figurando Ísis (mas também Harpócrates, Bés e Osíris) deram entrada no Museu do Louvre que possui uma notável colecção de figurinhas do género estudadas por Françoise Dunand - eu tenho o catálogo!
Até a Portugal elas chegaram, estando presentes nos acervos egípcios do Museu Nacional de Arqueologia e no Museu de História Natural da Universidade do Porto (ainda em fase de estudo), existindo ainda exemplares em colecções particulares do nosso país.
A verdade é que os artesãos greco-romanos que trabalhavam no Egipto fizeram algo que nunca passou pela cabeça dos egípcios: despir as suas deusas, por vezes em poses provocatórias, o que não é o caso desta Ísis, que apresenta alguma dignidade na sua nudez sedutora.
Até mesmo artesãos egípcios desse tempo tardio poderão ter produzido tais imagens, que não são de âmbito religioso e cúltico, para satisfazer uma ávida clientela desejosa de ter em suas casas tais estatuetas exibindo sugestivas curvinhas e seios bem proporcionados.