sábado, 15 de janeiro de 2011

Estatuetas funerárias

Desde o Império Médio que se passou a colocar pequenas estatuetas nos túmulos as quais eram chamadas de chauabtis. No início eram feitas de madeira de uma árvore que se chamava chauab, daí a derivação do nome. Eram colocadas às dezenas, e posteriormente às centenas, nos túmulos com a intenção de trabalhar pelo defunto nos campos do Além.
Depois da madeira, começaram a ser produzidas noutros materiais, tais como pedra ou bronze.
No entanto, a partir da XXI dinastia, essas estatuetas começaram a ser denominadas como uchebti (respondedor), e nessa altura já eram feitas em faiança, mas sempre com a mesma função.
Ficam aqui 2 imagens de estatuetas do Metropolitan Museum of Art e mais abaixo, outra, em bronze, da Colecção Calouste Gulbenkian.




1 comentário:

  1. São muito bonitas as estatuetas funerárias aqui postadas pelo nosso sunu, são chauabtis da XVIII dinastia, que o Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque exibe no seu magnífico acervo. Com elas estão objectos de delicada feitura habitualmente presentes nos espólios funerários da época.

    Aumentando as imagens vê-se que as estatuetas funerárias de madeira da foto de cima pertenceram a uma personagem chamada Iuia (o nome, na primeira linha de texto, redigido com signos unilíteros, até é fácil de ler). Trata-se do pai da rainha Tié, esposa de Amen-hotep III.

    Elas têm gravada uma versão do capítulo 6 do «Livro dos Mortos» disponibilizando a estatueta para trabalhar no Além. Junto delas estão pequenas caixas na forma de santuários destinadas a guardar as estatuetas.

    Note-se que as estatuetas funerárias de Iuia têm tratamentos ligeiramente diferentes, sendo de apreciar a forma como o artesão aproveitou inteligentemente os nós da madeira do chauabti da direita para «decorar» o peito da elegante figurinha.

    Na imagem seguinte estão ao centro duas estatuetas funerárias de faiança azul que exibem o nome de Menkheperuré (o quarto nome da titulatura de Tutmés IV). E de novo aumentando a imagem veja-se que a inscrição vertical é rematada com a fórmula «amado de Osíris» (meri Usir, com a típica anteposição honorífica). Com elas estão signos da vida (ankh) e recipientes de faiança azul.

    Finalmente, eis a bela estatueta funerária de bronze feita para Hesmeref, com o tradicional capítulo 6 do «Livro dos Mortos», que apreciámos na nossa visita ao Museu Calouste Gulbenkian. Os comentários e a tradução do texto podem ser vistos no catálogo do Museu (pp. 84-87).

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