quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Arquitetura típica dos templos no Antigo Egito



A esmagadora maioria dos templos do Antigo Egito, a partir do Império Novo, tinham uma estrutura muito típica.
Esses templos eram sempre construídos de dentro para fora, pelo que o santuário era a primeira estrutura a ser edificada, ficando portanto na zona mais interior.
Quando o templo estava completo, ele estendia-se axialmente e era frequente ter uma avenida, muitas vezes ladeada de esfinges,  que dava acesso a duas grandes estruturas trapezoidais unidas: eram os pilones, com um grande portal para a entrada do templo. Estes estavam decorados com diversos motivos mas o mais comum era o faraó espancando os seus inimigos e as oferendas deste ao deus ao qual o templo era devotado.
Ao passarmos esse portal deparamo-nos com o pátio hipostilo, geralmente bem iluminado pela luz natural onde geralmente era aceite o acesso do público.
Seguidamente encontramo-nos na sala hipostila que tinha uma cobertura apoiada em inúmeras e robustas colunas como uma autêntica floresta de pedra. Seria destinada apenas aos sacerdotes do templo.
A partir deste ponto o acesso era mais restrito, começando a baixar em altura tendo de ser iluminado artificialmente. Era a sala da barca e o santuário propriamente dito, onde se encontrava a estátua da divindade.


Todo o templo era normalmente rodeado por altos muros, que davam uma proteção eficaz e o isolavam das áreas limítrofes.
O interior era profusamente decorado onde se dava todo o destaque a um ou mais faraós que o tinham erigido e ao deus que ali era cultuado.
Um dos templos melhor preservado onde ainda se pode apreciar todos estas estruturas arquitetónicas é o templo de Edfu, a sul de Tebas, e que foi já construído no período Ptolemaico.
Outros templos eram ainda mais complexos como o templo de Karnak, com uma sucessão de pilones e pátios hipostilos à medida que faraós mais recentes os iam acrescentando. 
Também destaco o peculiar templo duplo de Kom-Ombo em que tudo está duplicado, estando o lado esquerdo dedicado a Horus Horuer e o lado direito ao deus Sobek.

3 comentários:

  1. Visitei esse templo de Edfu numa viagem com o professor Araújo há sete anos e foi fabuloso admirar a beleza e grandeza que vi. E também fiquei surpreendido ao me informarem que em tempos o templo esteve completamente coberto de areia! Dada a sua altura e o seu tamanho espanta-me como o vento e a areia possam executar a tarefa de cobrir tão grande monumento.

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  2. Muito muito interessante. :)

    Ana C.

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  3. De facto o templo de Edfu, construído durante o período ptolemaico, está muito bem conservado, como bem o puderam testemunhar os escribas do blogue que já lá estiveram, ao contrário do templo duplo de Kom Ombo, que está parcialmente destruído.

    Quanto ao templo gigantesco de Karnak, onde também estivemos, não é fácil reconhecer lá a habitual estrutura axial dos templos egípcios, até porque o núcleo central correspondente à sala da barca e ao santuário já desapareceu.

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